COLOSTROTERAPIA: UMA REVISÃO DA LITERATURA
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2018.29813Palabras clave:
Leite humano. Colostro. Recém-nascido prematuro.Resumen
Introdução: os nascimentos prematuros são considerados um problema de saúde pública. Estimativas indicam que aproximadamente 30% dos recém-nascidos pré-termo apresentam complicações inerentes a esta condição, decorrentes de uma resposta imunológica imatura, bem como da imaturidade de seu trato digestivo, que ocasionam importantes sequelas em longo prazo, como déficit de crescimento, atraso no neurodesenvolvimento, comprometimento da visão e audição, com danos irreparáveis à saúde infantil. A colostroterapia é uma técnica reconhecidamente segura que utiliza o colostro materno com a finalidade de proporcionar aos recém-nascidos prematuros proteção imunológica precoce. Este artigo pretende responder à seguinte questão: qual o impacto da colostroterapia na saúde dos prematuros? Objetivo: revisar as evidências sobre os benefícios da colostroterapia para os recém-nascidos prematuros. Metodologia: revisão narrativa da literatura. A busca dos artigos foi feita nas bases de dados Pubmed, Cochrane, Biblioteca Virtual em Saúde, Medline EBSCO, Proquest, Embase e Banco de Teses da Capes, sem restrição de linguagem ou período de publicação. A literatura cinza incluiu teses, dissertações e resumos não publicados. Os descritores utilizados na estratégia de busca foram: leite humano, prematuro e colostro. Além destes, foram utilizados os termos “colostroterapia”, “colostrum oropharyngeal administration” e “colostrum oral administration”. Resultados: foram incluídos nesta revisão os resultados de nove estudos, sendo oito controlados e um observacional. Diferentes desfechos foram medidos nos estudos, com enfoques relacionados à nutrição e ao crescimento, desfechos clínicos, avaliação da colonização da mucosa oral do recém-nascido, além da avaliação de mediadores do desenvolvimento imunológico, como imunoglobulina A sérica e lactoferrina secretadas na urina. Ao comparar os grupos que receberam a colostroterapia com os controles, os achados são positivos, como menor tempo para se atingir a dieta enteral plena, maior peso médio em 36 semanas de vida, efeito protetor para desenvolvimento de sepse e melhores taxas de aleitamento materno na alta hospitalar do que as crianças que não receberam a terapia com colostro. Conclusões: apesar de não existirem fortes evidências do impacto clínico da colostroterapia, esta não oferece risco para as crianças. São necessárias mais evidências sobre o impacto da colostroterapia na prevenção dos desfechos clínicos de maior incidência em prematuros para apoiar a implantação generalizada desta prática nas unidades neonatais.
DOI: 10.12957/demetra.2018.29813
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