Captura corporativa em políticas alimentares para enfrentamento da sindemia global em Curitiba
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2025.80495Palabras clave:
Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Gestão em Saúde. Precarização do Trabalho.Resumen
Introdução: Interconexões sinérgicas têm sido sugeridas na determinação da obesidade, desnutrição e mudanças climáticas, devido ao sistema alimentar hegemônico. Alimentos ultraprocessados estão associados à dupla carga de má nutrição, emissões de gases de efeito estufa e limitações na capacidade regenerativa da biosfera. O consumo de carne bovina e de laticínios é desestimulado pela Dieta de Saúde Planetária. Para alcance do propósito do Acordo de Paris, metrópoles integrantes da Rede C40 Cities se predispuseram a revisar seus sistemas alimentares. Objetivo: Avaliar a influência da indústria de alimentos em políticas alimentares para enfrentamento da sindemia global em Curitiba-PR. Métodos: Estudo qualitativo, de abordagem exploratória, descritiva e analítica, com coleta de dados feita por questionário eletrônico semiestruturado e oficinas temáticas em videoconferência, com representantes da Prefeitura de Curitiba junto à Rede C40 Cities. Procedeu-se com análise de conteúdo e análise de discurso. Resultados: Políticas alimentares de Curitiba mostram-se atravessadas por atividades corporativas como gerenciamento de coalizão, envolvimento direto e influência política e convencimento discursivo, em que pesem inovação e êxito em ações efetivamente promotoras de disponibilidade, acessibilidade física e financeira a alimentos mais saudáveis e sustentáveis. Conclusão: Recomendam-se contínuas análises de programas de segurança alimentar e nutricional e de sustentabilidade em Curitiba-PR, com alerta crítico à presença de conflitos de interesses, de modo que se tornem políticas públicas de Estado direcionadas à justiça social, sanitária e climática.
Descargas
Citas
1. Swinburn B, Kraak VI, Allender S, Atkins VJ, Baker PI, Bogard JR et al. The Global Syndemic of Obesity, Undernutrition, and Climate Change: The Lancet Comission Report. Lancet. 2019;393(1):791-846. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32822-8
2. Popkin BM, Corvalan C, Grummer-Strawn LM. Dynamics of the double burden of malnutrition and the changing nutrition reality. Lancet. 2020;395(1):65-74. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)32497-3
3. High Level Panel of Experts on Food Security and Nutrition of the Committee on World Food Security (HLPE). Nutrition and food systems: a report. Rome: FAO; 2017.
4. Downs S, Ahmed S, Fanzo J, Herforth A. Food environment typology: advancing an expanded definition, framework, and methodological approach for improved characterization of wild, cultivated, and built food environments towards sustainable diets. Foods. 2020;9(532):1-32. https://doi.org/10.3390/foods9040532
5. Burlandy L, Gomes FS, Carvalho CMP, Dias PC, Henriques P. Intersetorialidade e potenciais conflitos de interesse entre governos e setor privado comercial no âmbito das ações de alimentação e nutrição para o enfrentamento de doenças crônicas não transmissíveis. Vig Sanit Debate. 2014;2(4):124-129. https://doi.org/10.3395/VD.V2i4.460
6. Burlandy L, Castro IRR de, Recine E, Carvalho CMP de, Peres J. Reflexões sobre ideias e disputas no contexto da promoção da alimentação saudável.Cad Saude Publica. 2021; 37(sup. 1):1-20. https://doi.org/10.1590/0102-311X00195520
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
8. Garzillo, JMF. A alimentação e seus impactos ambientais: abordagens dos guias alimentares nacionais e estudo da dieta dos brasileiros. guias alimentares nacionais e estudo da dieta dos brasileiros [tese]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 2019.
9. Willet W, Rockström J, Loken B, Springmann M, Lang T, Vermeulen S et al. Food in the Antropocene: the EAT-Lancet Comission on healthy diets from sustainable food systems. Lancet. 2019;393(1):447-492. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31788-4
10. United Nations Framework Convention on Climate Change. The Paris Agreement. Germany: UNFCCC, 2020. https://unfccc.int/process-and-meetings/the-paris-agreement/the-paris-agreement
11. C40 Cities. Deadline 2020 – How cities will get the job done.London: C40 Cities, 2015. [Acesso 16 nov. 2020]. Disponível em: https://cdn.locomotive.works/sites/5ab410c8a2f42204838f797e/content_entry5ab410fb74c4833febe6c81a/5ad4d6ae74c4837def5d3cde/files/Deadline_2020.pdf?1541690065
12. Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). The Milan Urban Food Policy Pact Monitoring Framework. Rome: FAO; 2019.
13. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Panorama das Cidades. Rio de Janeiro, IBGE; 2022. [Acesso 28 out. 2022]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br
14. Bardin L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2016.
15. Orlandi EP. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes; 1999.
16. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional: Relatórios de acesso público. Brasília: Ministério da Saúde; 2022. [Acesso 02 nov. 2022]. Disponível em: https://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriopublico/index
17. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2021: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2021. Brasília: Ministério da Saúde; 2022.
18. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. IBGE; 2020.
19. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Rio de Janeiro: IBGE;2022. [Acesso 28 out. 2022]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html?=&t=destaques
20. Costa M. Não culpe a pandemia e a guerra pela inflação dos alimentos no Brasil. O Joio e o Trigo: jornalismo investigativo sobre alimentação, saúde e poder; 12 mai.2022. [Acesso 28 out. 2022]. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2022/05/nao-culpe-a-pandemia-e-a-guerra-pela-inflacao-dos-alimentos-no-brasil/
21. Fonseca FP,Nebot CP. Las expressiones de laderecha en Brasil y en España: conservadurismo, neoliberalismo y fascismo. Oxímora Rev Inter Ética y Pol, 2020;1(16):63-84. https://doi.org/10.1344/oxi.2020.i16.29252
22. PENSSAN. Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar. II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil: II VIGISAN. São Paulo: Fundação Friedrich Ebert/Rede PENSSAN; 2022.
23. Partido Social Democrático (PSD). Princípios e Valores. Brasília: PSD, 2022. [Acesso 05 nov. 2022]. Disponível em: https://psd.org.br/principios-e-valores/
24. Tribunal Superior Eleitoral. Divulgando contas de candidaturas oficiais. Plano de governo Viva Curitiba. Prefeito de Curitiba 2020. Brasília: TSE, 2020. [Acesso 05 nov. 2022]. Disponível em: https://divulgacandcontas.tse.jus.br/candidaturas/oficial/2020/PR/75353/426/candidatos/303754/5_1600357427026.pdf
25. Stroher LEM. A metrópole e o planejamento urbano: revisitando o mito da Curitiba-modelo [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo; 2014.
26. Pereira MF. Famílias políticas tradicionais dominam as eleições à Prefeitura de Curitiba em 2016. NEP. 2016; 2(1):35-55. https://doi.org/10.5380/nep.v2i4.48635
27. Pereira MF. Rafael Greca, herdeiro das velhas oligarquias. Brasil de Fato; 21 set. 2016. [Acesso 05 nov. 2022]. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2016/09/21/artigo-rafael-greca-pmn-herdeiro-das-velhas-oligarquias
28. ]. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2016/09/21/artigo-rafael-greca-pmn-herdeiro-das-velhas-oligarquias
29. Sales ADF, Meireles AL, Caiaffa WT. Saúde Urbana e Ambiente Alimentar: abordagens metodológicas. In: Mendes LL, Pessoa MC; Costa BVL. Ambiente Alimentar: Saúde e Nutrição. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio; 2022. p. 11-22.
30. Cohen N. Roles of cities in creating healthful food systems. Annu Rev Public Health. 2022;43(1):419-437. https://doi.org/10.1146/annurev-publhealth-052220-021059
31. Recine E, Brito ERB. A agenda de Segurança Alimentar e Nutricional para as cidades. In: In: Mendes LL, Pessoa MC; Costa BVL. Ambiente Alimentar: Saúde e Nutrição. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio; 2022. p. 23-36.
32. Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). The Milan Urban Food Policy Pact Monitoring Framework. Rome: FAO; 2019.
33. Berrón G, González L. A privatização da democracia: um catálogo da captura corporativa no Brasil. São Paulo: Vigência; 2016.
34. Mialon M, Cediel G, Jaime PC, Scagliusi FB. Um processo consistente de gerenciamento dos stakeholders pode garantir a ‘licença social para operar’: mapeando as estratégias políticas da indústria alimentícia no Brasil. Cad Saude Publica. 2021;37(sup. 1):1-19. https://doi.org/10.1590/0102-311X00085220
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Hugo Braz Marques, Danielle Ribeiro de Moraes, Paulo César Pereira de Castro Junior

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
DECLARACIÓN DE RESPONSABILIDAD
Título del manuscrito: ________________________________________________________
1. Declaración de responsabilidad
Certifico mi participación en el trabajo arriba titulado y hago pública mi responsabilidad por su contenido.
Certifico que el manuscrito representa un trabajo original y que ni éste ni ningún otro trabajo de mi autoría, en parte o en su totalidad, con contenido sustancialmente similar, fue publicado o fue enviado a otra revista, ya sea en el formato impreso o en el electrónico, excepto el descrito en el anexo.
En caso de aceptación de este texto por parte de Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, declaramos estar de acuerdo con la política de acceso público y derechos de autor adoptada por Demetra, que establece lo siguiente: (a) los autores conservan los derechos de autor y la concesión a la revista el derecho de la primera publicación, el trabajo se licencia simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons Attribution, que permite compartir el trabajo con el reconocimiento de autoría y la publicación inicial en esta revista; (b) los autores están autorizados a firmar contratos adicionales por separado para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicación en un repositorio institucional o capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista; y (c) a los autores se les permite y alientan a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede conducir a cambios productivos, así como aumentar el impacto y la cita del trabajo publicado.
2. Conflicto de interesses
Declaro no tener conflicto de intereses con el presente artículo.
Fecha, firma y dirección completa de todos los autores.