Escolhas alimentares no contexto de um município com relevante produção agrícola: a perspectiva dos ambientes alimentares em Palmeira das Missões, RS
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2021.57825Palabras clave:
Ambientes alimentares. Segurança Alimentar e Nutricional. Pesquisa qualitativa. Alimentação adequada e saudável.Resumen
Introdução: Os ambientes alimentares podem ser entendidos como o contexto em que os indivíduos acessam e realizam suas escolhas alimentares, podendo favorecer ou não a alimentação saudável e adequada. Objetivo: Analisar as escolhas alimentares de consumidores urbanos na perspectiva de ambientes alimentares em Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul. Métodos: Estudo de abordagem qualitativa, que utilizou como técnica de pesquisa entrevista semiestruturada com consumidores residentes na área urbana no município. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo por categorias temáticas, a partir das dimensões física, econômica, política e sociocultural, as quais compõem os ambientes alimentares. Resultados e Discussões: As escolhas alimentares estão interseccionadas com a ampla disponibilidade e facilidade para encontrar mais alimentos ultraprocessados do que in natura, bem como com as condições econômicas, que se tornam limitadoras das escolhas alimentares pautadas na variedade e inclusão de alimentos in natura e minimamente processados. Constatou-se a importância do Programa Bolsa Família para a aquisição de alimentos, sobretudo para famílias de menores estratos socioeconômicos. Considerações finais: Os dados da pesquisa indicam que escolhas alimentares que incluem maior variedade e disponibilidade de alimentos in natura estão associadas principalmente às condições econômicas e à disponibilidade desses alimentos. Por isso, destaca-se a importância do fortalecimento de políticas públicas para a promoção da alimentação adequada e saudável, bem como a relevância da articulação de ações locais, tendo em vista o potencial agrícola do município.
Citas
Brasil. Lei 11.346 de 15 de setembro de 2006. Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília; 2006.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição. Guia Alimentar para a população brasileira. Brasília; 2014.
Monteiro CA, Cannon G, Levy R, Moubarac J-C, Jaime P, Martins AP, et al. NOVA. The star shines bright. World Nutr. 2016;7(1–3):28-38.
Castro HC, Maciel ME. A comida boa para pensar: práticas, gostos e sistemas alimentares a partir de um olhar sócio-antropológico. Demetra. 2013;8(0):321-328.
Swinburn B, Egger G, Raza F. Dissecting obesogenic environments: The development and application of a framework for identifying and prioritizing environmental interventions for obesity. Prev Med (Baltim). 1999;29(6 I):563-570.
Almeida LB, Scagliusi FB, Duran AC, Jaime PC. Barriers to and facilitators of ultra-processed food consumption: Perceptions of Brazilian adults. Public Health Nutr. 2018;21(1): 68-76.
Costa BVL, Menezes MC, Oliveira CDL, Mingoti SA, Jaime PC, Caiaffa WT, et al. Does access to healthy food vary according to socioeconomic status and to food store type? an ecologic study. BMC Public Health. 2019;19(1):1-7.
Duran AC, Almeida SL, Latorre MDR, Jaime PC. The role of the local retail food environment in fruit, vegetable and sugar-sweetened beverage consumption in Brazil. Public Health Nutr. 2016;19(6): 1093-1102.
Bridle-Fitzpatrick S. Food deserts or food swamps?: A mixed-methods study of local food environments in a Mexican city. Soc Sci Med. 2015;142: 202-213.
Monteiro CA, Cannon G, Moubarac JC, Levy RB, Louzada MLC, Jaime PC. The un Decade of Nutrition, the NOVA food classification and the trouble with ultra-processing.Public Health Nutrition. 2018; 21(1): 5-17.
Friedmann H. Soberania alimentar na Região de Golden Hordeshoe em Ontório, Canadá. In: Cruz, Fabiana Thome da; Matte, Alessandra; Schneider, Sergio (org.) Produção, consumo e abastecimento: desafios e novas estratégias. Editora da UFRGS. Porto Alegre; 2016.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados estatísticos provenientes do censo demográfico. Rio de Janeiro: IBGE; 2010
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção agrícola municipal, Rio de Janeiro: IBGE; 2018.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Classificação e caracterização dos espaços rurais e urbanos do Brasil: uma primeira aproximação. Rio de Janeiro: IBGE; 2017.
Marques IR, Marques GDS. Espaço agrário e tendências do campo no Brasil. Cad CEPEC. 2019;2(7–12):1-29.
Canesqui AM. Pesquisas qualitativas em nutrição e alimentação. Rev Nutr. 2009;22(1):125-139.
Minayo MC de S. Técnicas de pesquisa: entrevista como técnica privilegiada de comunicação. In: Minayo, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12 ed, São Paulo: Hucitec; 2010.
Bernard HR. Research methods in anthropology: qualitative and quantitative approaches. MD: AltaMira Press. Lanhan; 2005.
Fontanella BJB, Ricas J, Turato ER. Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cad Saude Publica. 2008; 24(1):17-27.
Minayo MC de S. A pesquisa qualitativa. In: Minayo, Maria Cecília de Souza Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Vozes. Petrópolis; 2002.
Castro IRR. Desafios e perspectivas para a promoção da alimentação adequada e saudável no Brasil. Cad Saude Publica. 2015;31(1):1-3.
Niederle PA, Wezs Júnior VJ. As novas ordens alimentares. Editora da UFRGS. Porto Alegre; 2018.
Canuto R, Fanton M, Lira PIC de. Iniquidades sociais no consumo alimentar no Brasil: uma revisão crítica dos inquéritos nacionais. Cien Saude Colet. 2019; 24(9):3193-321.
Gabe KT, Jaime PC. Práticas alimentares segundo o Guia alimentar para a população brasileira: fatores associados entre brasileiros adultos, 2018. Epidemiol e Serv saude Rev do Sist Unico Saude do Bras. 2020;29(1):e2019045.
Blümke AC. O cotidiano de quem vive a realidade da fome: práticas alimentares e estratégias de acesso aos alimentos. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2017
Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, Atkins VJ, Baker PI, Bogard JR, et al. The Global Syndemic of Obesity, Undernutrition, and Climate Change: The Lancet Commission report. Vol. 393, The Lancet. 2019.
Brasil. Decreto no 7.775, de 4 de julho de 2012. Regulamenta o art. 19 da Lei 10.696, de 2 de julho de 2003, que institui o Programa de Aquisição de Alimentos. Brasília; 2012.
Brasil. Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Brasília; 2009.
Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Metodologias e Instrumentos de Pesquisas de Avaliação de Programas do MDS. Brasília: 2007.
Franco JG, Bueno MC, Kirsten VR, Leal GVS. Insegurança alimentar, consumo alimentar e estado nutricional de mulheres beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. Ciência & Saúde. 2019;12(3):e32907.
Cotta RMM, Machado JC. Programa Bolsa Família e segurança alimentar e nutricional no Brasil: Revisão crítica da literatura. Rev Panam Salud Publica. 2013; 33(1):54-60.
Schattschneider DP, Ruiz ENF, Escobar MZ. Acesso aos alimentos no território de uma unidade de saúde: um enfoque multidimensional. Demetra; 2018; 13(3); 695-711.
Wedig JC. Agricultoras e Agricultores à mesa: Um estudo sobre campesinato e gênero a partir da antropologia da alimentação. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
Menasche R, Alvarez M, Collaço J. Dimensões socioculturais da alimentação: diálogos latino-americanos. Editora da UFRGS. Porto Alegre; 2012.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
DECLARACIÓN DE RESPONSABILIDAD
Título del manuscrito: ________________________________________________________
1. Declaración de responsabilidad
Certifico mi participación en el trabajo arriba titulado y hago pública mi responsabilidad por su contenido.
Certifico que el manuscrito representa un trabajo original y que ni éste ni ningún otro trabajo de mi autoría, en parte o en su totalidad, con contenido sustancialmente similar, fue publicado o fue enviado a otra revista, ya sea en el formato impreso o en el electrónico, excepto el descrito en el anexo.
En caso de aceptación de este texto por parte de Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, declaramos estar de acuerdo con la política de acceso público y derechos de autor adoptada por Demetra, que establece lo siguiente: (a) los autores conservan los derechos de autor y la concesión a la revista el derecho de la primera publicación, el trabajo se licencia simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons Attribution, que permite compartir el trabajo con el reconocimiento de autoría y la publicación inicial en esta revista; (b) los autores están autorizados a firmar contratos adicionales por separado para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicación en un repositorio institucional o capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista; y (c) a los autores se les permite y alientan a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede conducir a cambios productivos, así como aumentar el impacto y la cita del trabajo publicado.
2. Conflicto de interesses
Declaro no tener conflicto de intereses con el presente artículo.
Fecha, firma y dirección completa de todos los autores.