A Técnica Dietética no pré-preparo e preparo de leguminosas: alterações de peso e tempos de cocção

Autores

  • Bruna Soares Dias Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição, Departamento de Nutrição Básica e Experimental. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. https://orcid.org/0009-0005-0368-254X
  • Debora Ramalho Gomes Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição, Departamento de Nutrição Básica e Experimental. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. https://orcid.org/0009-0005-5074-714X
  • Isabelle Santana Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição, Departamento de Nutrição Básica e Experimental. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7402-2139

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2025.84700

Palavras-chave:

Fabaceae. Culinária. Técnica dietética. Pulses.

Resumo

Objetivo: Avaliar leguminosas quanto aos indicadores de alteração de peso relacionados à limpeza seca, à hidratação e à cocção, e os tempos de cocção, com o intuito de sistematizar dados referentes a essas etapas do pré-preparo e preparo culinário. Métodos: Trinta tipos de leguminosas foram avaliados com presença ou ausência de remolho e tempos de cocção por métodos de calor úmido (ebulição ou panela de pressão) e seco (assado em forno – apenas amendoim). Resultados e Discussão: Os fatores de correção variaram entre 1 e 1,05. O índice de hidratação variou de 1,78 (feijão roxo) a 2,35 (soja). O índice de conversão (IC) com cocção sob calor úmido foi de 1,05 para o feijão verde, a 3,12 para a lentilha, ambos sem remolho. Nas leguminosas submetidas ao remolho, o IC ficou entre 1,99 (feijão roxo) e 2,64 (feijão guandu). Amendoim torrado apresentou IC de 0,94. Nas leguminosas preparadas com ebulição, sem remolho prévio, o tempo de cocção variou de 15 (lentilha vermelha) a 56 minutos (feijão verde). Para a cocção sob pressão, o tempo variou de 2 a 36 minutos para o feijão mungo e o amendoim sem remolho, e de 3 a 18 minutos, correspondendo ao feijão azuki e ao feijão preto, quando a cocção foi precedida do remolho. As texturas obtidas foram al dente e/ou macia, a depender do tempo de cocção. Conclusão: Observou-se que realizar o remolho e cozinhar com panela de pressão reduzem o tempo de cocção quando comparados à ausência do remolho e cocção por ebulição.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Didinger C, Thompson HJ. Defining nutritional and functional niches of legumes: A call for clarity to distinguish a future role for pulses in the dietary guidelines for Americans. Nutrients 2021;13(4):1100. https://doi.org/10.3390/nu13041100

2. Winham DM, Davitt ED, Heer MM, Shelley MC, et al. Pulse knowledge, attitudes, practices, and cooking experience of midwestern US university students. Nutrients 2020;12(11):3499. https://doi.org/10.3390/nu12113499

3. Souza DOS, De Carvalho AJ, Guimarães BVC. Custo de produção de feijão irrigado sob pivô-central: um estudo de caso em Cristalina, GO. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research 2023;6(3):2709–2727. https://doi.org/10.34188/bjaerv6n3-058

4. Figueira N, Curtain F, Beck E, Grafenauer S. Consumer understanding and culinary use of legumes in Australia. Nutrients 2019;11(7):1575. https://doi.org/10.3390/nu11071575

5. Iriti M, Varoni EM. Pulses, healthy and sustainable food sources for feeding the planet. International Journal of Molecular Sciences 2017;18(2):255. https://doi.org/10.3390/ijms18020255

6. Food and Agriculture Organization of United Nations – FAO. Pulses: Nutritious Seeds for a Sustainable Future. Rome: FAO; 2016, 196p. https://doi.org/10.4060/i5528e

7. Szczebylo A, Rejman K, Halicka E, Laskowski W. Towards more sustainable diets—attitudes, opportunities and barriers to fostering pulse consumption in Polish cities. Nutrients 2020;12(6):1589. https://doi.org/10.3390/nu12061589

8. Margier M, Georgé S, Hafnaoui N, Remond D, Nowicki M, Chaffaut LDU, et al. Nutritional composition and bioactive content of legumes: Characterization of pulses frequently consumed in France and effect of the cooking method. Nutrients 2018;10(11):1668. https://doi.org/10.3390/nu10111668

9. Marinangeli CPF, Curran J, Barr SI, Slavin J, Puri S, Swaminathan S, Tapsell L, et al. Improving nutrition with legumes: setting are commended serving size for adults. Nutrition Reviews2017;990-1006. https://doi.org/10.1093/nutrit/nux058

10. Hughes J, Pearson E, Grafenauer S. Legumes -A Comprehensive Exploration of Global Food-Based Dietary and Consumption Guidelines. Nutrientes 2022;14(15): 3080. https://doi.org/10.3390/nu14153080

11. Brasil. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2006-2021: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2021: Estado nutricional e consumo alimentar. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 74 p.

12. Mitchell DC, Marinangeli CPF, Pigat S, Bompola F, Campbell J, Pan Y, et al. Pulse Intake Improves Nutrient Density among US Adult Consumers. Nutrients 2021;13(8):2668. https://doi.org/10.3390/nu13082668

13. Brasil. Ministério da saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. ISBN 978-85-334-2176-9

14. Domene SMA. Técnica dietética: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: 2ª Ed. Guanabara Koogan, 2018. 280p. ISBN 9788527733564

15. Jomori MM, Vasconcelos FdAQd, Bernardo GL, Uggioni PL, Proença RPdC. The concept of cooking skills: A review with contributions to the scientific debate. Revista de Nutrição. 2018;31(1):119-135. https://doi.org/10.1590/1678-98652018000100010.

16. Didinger C, Thompson HJ. Motivating pulse-centric eating patterns to benefit human and environmental well-being. Nutrients 2020;12(11):3500. https://doi.org/10.3390/nu12113500

17. Winham DM, Hutchins AM. Perceptions of flatulence from bean consumption among adults in 3 feeding studies. Nutrition Journal 2011;10(1):128. https://doi.org/10.1186/1475-2891-10-128

18. Fabbri ADT, Crosby GA. A review of the impact of preparation and cooking on the nutritional quality of vegetables and legumes. International Journal of Gastronomy and Food Science 2016;3:2-11. https://doi.org/10.1016/j.ijgfs.2015.11.001

19. Lana MN. Hortaliça Combina com Leguminosas: grão de bico, lentilha, ervilha seca e feijão. Brasília, DF: Embrapa. 2021. 119p. ISBN 978-65-86056-08-2

20. Perera D, Devkota L, Garnier G, Panozzo J, Dhital S, et al. Hard-to-cook phenomenon in common legumes: Chemistry, mechanisms and utilisation. Food Chemistry 2023;415:135743. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2023.135743h

21. EMBRAPA; Knabben CC, Costa JS. Manual de Classificação do Feijão. Instrução Normativa. 2012. 30p. ISBN 978-85-7035-058-9

22. Ferreira CM, Barrigossi JAF. Arroz e feijão tradição e segurança alimentar. Arroz e feijão. 2021. 164p. ISBN 978-65-87380-27-87

23. Wainaina I, Wafula E, Sila D, Kyomugasho C, Grauwet T, Loey AV, Hendrickx M. Thermal treatment of common beans (Phaseolus vulgaris L.): Factors determining cooking time and its consequences for sensory and nutritional quality. Comprehensive Reviews in Food Science And Food Safety 2021;1–29. https://doi.org/10.1111/1541-4337.12770

24. Fernandes DC, Souza EM de, Naves MMV. Feijão macerado: alternativa para melhorar a qualidade nutricional. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 2 de dezembro de 2011 [citado 23º de abril de 2024];32(2):177-84. https://doi.org/10.5433/1679-0367.2011v32n2p177

25. Fernandes AC, Calvo MCM, Proença RPdc. Bean pre-preparation techniques used by food services in Southern and Southeastern Brazil. Revista de Nutrição 2012;25(2):259-269. https://doi.org/10.1590/S1415-52732012000200008

26. Neves RT das, Sampaio AL, Nigro TP. Obtenção do indicador de reidratação de diferentes leguminosas. Congresso Nacional de Iniciação Científica, 2020. São Paulo, ISSN 2357 8904

27. Santos MCAdos, Basso C. Análise do fator de cocção e de Correção dos alimentos em instituição hospitalar. Disciplinarum Scientia 2019; 20(2):505–516. https://doi.org/10.37777/2911

28. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª ed. Campinas: Unicamp; 2011.

29. Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura –FAO, 2017. FAO/INFOODS Global Food Composition Database for Pulses Version 1.0 - uPulses 1.0. Rome, FAO.

30. Silva PC, Josino MAR, Gadelha LGH, Pitombeira JCM, Neto CLA, Pereira AEM. Análise do fator de cocção em alimentos. In: VII Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2012, Palmas - Tocantins. Anais do VII CONNEPI. Palmas, 2012. ISBN 978-85-62830-10-5

31. Pinto A, Guerra M, Carbas B, Pathania S, Castanho A, Brites C, et al. Challenges and opportunities for food processing to promote consumption of pulses. Revista de Ciências Agrárias 2016;39(4):571–582. https://doi.org/10.19084/RCA16117

32. Corzo-Rios LJ, Sánchez-Chino XM, Cardador-Martínez A, Martínez-Herrera J, Jiménez-Martínez C. Effect of cooking on nutritional and non-nutritional compounds in two species of Phaseolus (P. vulgaris and P. coccineus) cultivated in Mexico. International Journal of Gastronomy and Food Science 2020;20:100206. https://doi.org/10.1016/j.ijgfs.2020.100206

33. Njoroge DM, Kinyanjui PK, Makokha AO, Christiaens S, Shpigelman A, Sila DN, et al. Extraction and characterization of pectic polysaccharides from easy- and hard-to-cook common beans(Phaseolusvulgaris).Food Research International 2014; 64:314-322. https://doi.org/10.1016/j.foodres.2014.06.044

34. Oliveira APd, Mateó BdSO, Fioroto AM, Oliveira PVd, Naozuka J. Effect of cooking on the bioaccessibility of essential elements in different varieties of beans (Phaseolus vulgaris L.). Journal of Food Composition and Analysis 2018; 67, 135–140. https://doi.org/10.1016/j.jfca.2018.01.012

35. Martínez-Pineda M, Yagüe-Ruiz C, Caverni-Muñoz A, Vercet-Tormo A. Cooking Legumes: A Way for Their Inclusion in the Renal Patient Diet. Journal of Renal Nutrition 2019; 29(2):118-125. https://doi.org/10.1053/j.jrn.2018.08.001

36. Schoeninger V, Coelho SRM, Christ D, Sampaio SC. Processing parameter optimization for obtaining dry beans with reduced cooking time. Food Science and Technology 2014;56(1): 49-47. https://doi.org/10.1016/j.lwt.2013.11.007

Publicado

2025-04-01

Como Citar

1.
Soares Dias B, Ramalho Gomes D, Santana I. A Técnica Dietética no pré-preparo e preparo de leguminosas: alterações de peso e tempos de cocção. DEMETRA [Internet]. 1º de abril de 2025 [citado 30º de abril de 2025];20:e84700. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/demetra/article/view/84700

Edição

Seção

ARTIGOS TEMÁTICOS “Dietética e promoção da alimentação adequada e saudável”

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)