Potencialidades e fragilidades do manejo da obesidade infantil na perspectiva dos profissionais da Atenção Primária à Saúde
Manejo da obesidade infantil
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2024.80071Resumo
Introdução: Na Atenção Primária à Saúde (APS), os desafios do manejo da obesidade podem estar relacionados a múltiplos fatores. Objetivo: O objetivo deste trabalho é identificar potencialidades e fragilidades do manejo da obesidade infantil na APS do município de Betim, MG. Métodos: Pesquisa descritiva e qualitativa em que foram realizados três grupos focais em formato de videoconferência. Os participantes receberam um formulário on-linecom perguntas sobre características sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade) e da atuação profissional (profissão, tipo de contrato, jornada de trabalho e tempo de atuação). Foi utilizado roteiro de condução por dois pesquisadores treinados, com dez questões. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas utilizando-se da Análise de Conteúdo. Resultados: Participaram 14 profissionais, 78,5% do sexo feminino, com mediana de idade de 38 anos, a maioria profissionais de educação física (42,8%). Foram identificadas sete categorias e oito subcategorias no manejo da obesidade infantil e consideradas 60 fragilidades e 20 potencialidades. A subcategoria “Processos de trabalho” apareceu em maior número de vezes como fragilidade (n=30). Quanto às potencialidades, “Escola: espaço de promoção da saúde” foi vista como uma importante categoria (n=9), por ser um local de promoção da alimentação adequada e saudável. Conclusão: Sob a perspectiva dos profissionais da APS, a escola foi considerada potencialmente efetiva para o manejo da obesidade infantil.
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