Estado nutricional, consumo alimentar, atividade física e sono entre mulheres com e sem síndrome do ovário policístico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2025.79326

Palavras-chave:

Síndrome do ovário policístico. Consumo alimentar. Atividade física. Hábitos do sono.

Resumo

Introdução: A síndrome do ovário policístico (SOP) é caracterizada por distúrbios endócrinos associados a fatores genéticos e ambientais. Objetivo: Objetivou-se avaliar o estado nutricional, consumo alimentar, nível de atividade física e qualidade do sono em mulheres com e sem SOP. Métodos: Os dados foram obtidos por questionário on-line autoaplicado com dados sociodemográficos, índice de massa corporal (IMC), consumo alimentar, prática de atividade física e qualidade do sono. A análise dos dados foi realizada utilizando o software SPSS, com nível de significância das análises de p < 0,05. Participaram 232 mulheres, sendo 107 do grupo que tinha diagnóstico de SOP e 125 do grupo controle, com mediana de idade de 25,48 anos; 46,3% se autodeclararam brancas, 76,3% não possuíam companheiro(a), 60,3% tinham escolaridade em até nível superior incompleto e 84,9% residiam no sudeste do Brasil. Além disso, 40,1% eram irregularmente ativas ou sedentárias e 57,3% apresentaram qualidade ruim do sono. Resultados: Ao comparar as mulheres com e sem SOP, não houve diferença estatística para o consumo de diferentes grupos de alimentos, nível de atividade física e qualidade do sono. No entanto, mulheres com SOP apresentavam maior peso e IMC. Ao avaliar somente o consumo alimentar de mulheres com síndrome, observou-se que as mulheres eutróficas consumiam mais proteínas do que as com excesso de peso. Conclusão: Conclui-se que mulheres com SOP apresentaram maior peso e IMC quando comparadas àquelas sem síndrome. E maior consumo de proteínas foi observado em mulheres eutróficas com SOP.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Sadeghi HM, Adeli I, Calina D, Docea AO, Mousavi T, Daniali M, et al. Polycystic Ovary Syndrome: A Comprehensive Review of Pathogenesis, Management, and Drug Repurposing. Int J Mol Sci. 2022;23(2):583. http://doi.org/10.3390/ijms23020583

2. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Síndrome de Ovários Policísticos [recurso eletrônico]. 4ª ed. 2020. [Acesso em 23 abr. 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/publicacoes_ms/pcdt_sndrome-ovrios-policsticos_isbn.pdf

3. Ganie MA, Vasudevan V, Wani IA, Baba MS, Arif T, Rashid A. Epidemiology, pathogenesis, genetics & management of polycystic ovary syndrome in India. Indian J Med Res. 2019;150(4):333-344. http://doi.org/10.4103/ijmr.IJMR_1937_17

4. Rosa-e-Silva AC. Conceito, epidemiologia e fisiopatologia aplicada à prática clínica, In: Síndrome dos ovários policísticos. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). 2019;47(9):518-45. [Acesso em 16 mai. 2024]. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/Vol.Z47ZnZ9Z-Z2019.pdf

5. Bellver J, Rodríguez-Tabernero L, Robles A, Muñoz E, Martínez F, Landeras J, et al. Polycystic ovary syndrome throughout a woman's life. J Assist Reprod Genet. 2018;35(1):25-39. http://doi.org/10.1007/s10815-017-1047-7

6. Nunes RD, Walber FK, Traebert J. Fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em mulheres com síndrome dos ovários policísticos. Arq Catarin Med. 2018;47(3):38-49. [Acesso em 3 dez. 2023]. Disponível em: https://revista.acm.org.br/index.php/arquivos/article/view/309

7. Cowan S, Lim S, Alycia C, Pirotta S, Thomson R, Gibson-Helm M, et al. Lifestyle management in polycystic ovary syndrome – beyond diet and physical activity. BMC Endocr Disord. 2023;23(14), p.1-33. https://doi.org/10.1186/s12902-022-01208-y

8. Lin T, Li S, Xu H, Zhou H, Feng R, Liu W, et al. Gastrointestinal hormone secretion in women with polycystic ovary syndrome: an observational study. Hum Reprod. 2015;30(11):2639-44. https://doi.org/10.1093/humrep/dev231

9. Campos AE, Leão MEB, de Souza MA. O impacto da mudança do estilo de vida em mulheres com síndrome dos ovários policísticos. REAS [Internet]. 2021;13(2):e4354. [Acesso em 12 fev. 2024]. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/4354

10. Jurczewska J, Ostrowska J, Chełchowska M, Panczyk M, Rudnicka E, Kucharski M, et al. Abdominal Obesity in Women with Polycystic Ovary Syndrome and Its Relationship with Diet, Physical Activity and Insulin Resistance: A Pilot Study. Nutrients. 2023;15(16):3652. https://doi.org/10.3390/nu15163652

11. Sidra S, Tariq MH, Farrukh MJ, Mohsin M. Evaluation of clinical manifestations, health risks, and quality of life among women with polycystic ovary syndrome. PLoS One. 2019;14(10):e0223329. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0223329

12. Tay CT, Moran LJ, Harrison CL, Brown WJ, Joham AE. Physical activity and sedentary behaviour in women with and without polycystic ovary syndrome: An Australian population-based cross-sectional study. Clin Endocrinol (Oxf). 2020;93(2):154-162. https://doi.org/10.1111/cen.14205

13. Fernandez RC, Moore VM, Van Ryswyk EM, Varcoe TJ, Rodgers RJ, March WA, et al. Sleep disturbances in women with polycystic ovary syndrome: prevalence, pathophysiology, impact and management strategies. Nat Sci Sleep. 2018;10:45-64. https://doi.org/10.2147/NSS.S127475

14. Goodman NF, Cobin RH, Futterweit W, Glueck JS, Legro RS, Carmina E, et al. American association of clinical endocrinologists, american college of endocrinology, and androgen excess and pcos society disease state clinical review: guide to the best practices in the evaluation and treatment of polycystic ovary syndrome-Part 1. Endocr Pract. 2015 Nov;21(11):1291-300. https://doi.org/10.4158/EP15748.DSC

15. Ferriman D, Gallwey JD. Clinical assessment of body hair growth in women. J Clin Endocrinol Metab. 1961 Nov;21:1440-7. https://doi.org/10.1210/jcem-21-11-1440

16. Associação Brasileira De Empresas E Pesquisas (ABEP). Critério de classificação econômica Brasil, São Paulo, Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2019. [Acesso em 04 ago. 2023]. Disponível em: https://www.abep.org/criterio-brasil

17. Organização Mundial De Saúde (OMS). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation. World Health Organ Tech Rep Ser. 2000;894:i-xii, 1-253. [Acesso em 04 ago. 2023]. Disponível em: https://iris.who.int/handle/10665/42330

18. Brasil. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2021: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Brasília. 2021. [Acesso em 04 ago. 2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigitel/vigitel-brasil-2021-estimativas-sobre-frequencia-e-distribuicao-sociodemografica-de-fatores-de-risco-e-protecao-para-doencas-cronicas

19. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipídicos na população de São Paulo, Brasil.Rev. Saúde Pública. 2002;36(1):12-18. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000100003

20. Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC, Braggion G. Questionário internacional de atividade física (ipaq): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde. 2012;6(2):5-18. [Acesso em 26 set. 2023]. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/931

21. Buysse DJ, Reynolds CF 3rd, Monk TH, Berman SR, Kupfer DJ. The Pittsburgh Sleep Quality Index: a new instrument for psychiatric practice and research. Psychiatry Res. 1989;28(2):193-213. https://doi.org/10.1016/0165-1781(89)90047-4

22. Anagnostis P, Tarlatzis BC, Kauffman RP. Polycystic ovarian syndrome (PCOS): Long-term metabolic consequences. Metabolism. 2018;86:33-43. https://doi.org/10.1016/j.metabol.2017.09.016

23. Marques P, Ferreira F, Soares AP, Nunes J, Sousa S, Aguiar A, et al. Significado cardiometabólico do excesso de peso/obesidade numa população de 263 mulheres inférteis com síndrome do ovário policístico. Rev Port Endocrinol Diabetes Metab. 2015;10(1):2-7. https://doi.org/10.1016/j.rpedm.2014.12.003

24. Oliveira SN, Nascimento JMS, Melo NCO. Influência do excesso ponderal sobre a fisiopatologia da síndrome dos ovários policísticos. Recima21.2022;3(1):e311049. https://doi.org/10.47820/recima21.v3i1.1049

25. Souza EB de. Transição nutricional no Brasil: análise dos principais fatores. CadUniFOA. 2017;5(13):49-53. https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v5.n13.1025

26. Leidy HJ, CliftonPM, Astrup A, WycherleyTP, Westerterp-Plantenga MS, et al.The role of protein in weight loss and maintenance. Am J ClinNutr. 2021; 113(2), 584S-591S. https://doi.org/10.3945/ajcn.114.084038

27. McCarthy D, Berg A. Weight Loss Strategies and the Risk of Skeletal Muscle Mass Loss. Nutrients. 2021;13(7):2473. https://doi.org/10.3390/nu13072473

28. Chudzicka-Strugała I, Gołębiewska I, Banaszewska B, Brudecki G, Zwoździak B. The Role of Individually Selected Diets in Obese Women with PCOS-A Review. Nutrients. 2022;14(21):4555. https://doi.org/10.3390/nu14214555

29. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2ª edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. [Acesso em 04 ago. 2023]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

30. Faghfoori Z, Fazelian S, Shadnoush M, Goodarzi R. Nutritional management in women with polycystic ovary syndrome: A review study. Diabetes Metab Syndr. 2017;11(1):S429-S432. https://doi.org/ 10.1016/j.dsx.2017.03.030

31. Lima CMA de M e, Pinto KCG, Correia VMF. Nutritional aspects and food management in the control of Polycystic Ovarian Syndrome. RSD. 2022;11(9):e11011931526. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31526

32. Azevedo GD, Costa EC, Micussi MTABC, de Sá JCF. Modificações do estilo de vida na síndrome dos ovários policísticos: papel do exercício físico e importância da abordagem multidisciplinar. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2008;30(5): 261-67. https://doi.org/10.1590/S0100-72032008000500009

33. Kazemi M, Kim JY, Wan C, Xiong JD, Michalak J, Xavier IB, et al. Comparison of dietary and physical activity behaviors in women with and without polycystic ovary syndrome: a systematic review and meta-analysis of 39 471 women. Hum Reprod Update. 2022;28(6):910-955. https://doi.org/10.1093/humupd/dmac023

34. Medeiros TG, Leiros ETSPS, Soares GM., Lemos TMAM, Lopes MMGD. Quantidade e qualidade de carboidratos na dieta de mulheres com Sí-ndrome do Ovário Policí¬stico. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento. 2021;14(88):877-887. [Acesso em 12 fev. 2024]. Disponível em: http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1432/1023

35. Almeida PP, Pereira GA, Silvia MA, Araújo RMA, Lima LM, Henriques BD. Fatores associados ao consumo de alimentos segundo o grau de processamento na Atenção Primária à Saúde. Demetra.2021;16(1):e59168. https://doi.org/10.12957/demetra.2021.59168

36. Qi X, Yun C, LiaoB, Wang Y, Lin J, JiangQ, et al (2019). Gut microbiota-bile acid-interleukin-22 axis orchestrates polycystic ovary syndrome. Nat Med. 2019; 25(8): 1225-1233. https://doi.org/10.1038/s41591-019-0509-0

37. Liu R, Zhang C, Shi Y, Zhang F, Li L, Wang X, et al. Dysbiosis of Gut Microbiota Associated with Clinical Parameters in Polycystic Ovary Syndrome. Front Microbiol. 2017;28(8):324. https://doi.org/10.3389/fmicb.2017.00324

38. Schroeder BO, Bäckhed F. Signals from the gut microbiota to distant organs in physiology and disease. Nat Med. 2017;2023(10):1073-1081. https://doi.org/10.1038/nm.4185

39. KnahSP, DesaiK, Shah S, Shah A. Sleep patterns and quality in women with polycystic ovary syndrome: A cross-sectional observational study. Journal of Human Reproductive Sciences. 2020; 13(2):115-122. https://doi.org/10.1177/2042018820906689

40. Hachul H, Polesel DN, Tock L, Carneiro G, Pereira AZ, Zanella MT, et al. Sleep disorders in polycystic ovary syndrome: influence of obesity and hyperandrogenism. Rev Assoc Med Bras. 2019;65(3):375-383. https://doi.org/10.1590/1806-9282.65.3.375

41. Dybciak P, Raczkiewicz D, Humeniuk E, Powrózek T, Gujski M, Małecka-Massalska T, et al. Depression in Polycystic Ovary Syndrome: A Systematic Review and Meta-Analysis. J Clin Med. 2023;12(20):6446. https://doi.org/10.3390/jcm12206446

42. Orio F, Giallauria F, Palomba S, Manguso F, Orio M, Tafuri D, et al. Metabolic and cardiopulmonary effects of detraining after a structured exercise training programme in young PCOS women. Clin Endocrinol (Oxf). 2008;68(6):976-81. https://doi.org/10.1111/j.1365-2265.2007.03117.x

43. Bull FC, Al-Ansari SS, Biddle S, Borodulin K, Buman MP, Cardon G, et al. World Health Organization 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Br J Sports Med. 2020;54(24):1451-1462. https://doi.org/10.1136/bjsports-2020-102955

44. Silva DRP, Werneck AO, Malta DC, de Souza Júnior PRB, Azevedo LO, Barros MBAB, et al. Mudanças na prevalência de inatividade física e comportamento sedentário durante a pandemia da COVID-19: um inquérito com 39,693 adultos brasileiros. Cad. Saúde Pública. 2021; 37(3):e00221920. https://doi.org/10.1590/0102-311X00221920

45. Ribeiro BFL, Silva JFA, Silva SFN, Linhares JNS, Lima MBS, Rebêlo VCN, et al. O impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário e inatividade física em estudantes universitários.Rev Bras Fisiol Exe. 2022; 21(1):26-35. https://doi.org/10.33233/rbfex.v21i1.5073

46. Sousa RM, Chein MB, Silva DS, Dutra MB, Navarro PA, Neto JA, et al. Perfil metabólico em mulheres de diferentes índices de massa corporal com síndrome dos ovários policísticos. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2013;35(9):413-20. https://doi.org/10.1590/S0100-72032013000900006

47. Lin AW, Lujan ME. Comparison of dietary intake and physical activity between women with and without polycystic ovary syndrome: a review. Adv Nutr. 2014;5(5):486-96. https://doi.org/10.3945/an.113.005561

Publicado

2025-08-30

Como Citar

1.
de Freitas Tavares N, Cardoso Fernandes Toffolo M, Fernandes Maurício S, Vieira RAL. Estado nutricional, consumo alimentar, atividade física e sono entre mulheres com e sem síndrome do ovário policístico. DEMETRA [Internet]. 30º de agosto de 2025 [citado 23º de setembro de 2025];20:e79326. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/demetra/article/view/79326

Edição

Seção

Nutrição Clínica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)