COMER PAPAGAIO E SER BRASILEIRO: RECEITAS CULINÁRIAS E IDENTIDADE BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2013.6651Resumo
O Brasil se tornara independente e era o único Estado monárquico das Américas, mas isto não bastava. Era preciso dar-lhe uma nação e uma identidade. Nos centros urbanos, a população livre tinha tradições mais que tudo herdadas da metrópole: falava português, era católica e tinha hábitos e costumes portugueses. Uma das estratégias montadas pela elite política imperial para construir uma identidade própria e distinta da portuguesa foi incorporar um estilo de vida europeu, copiado especialmente de Londres e de Paris. Entretanto, a introdução indiscriminada, acrítica e precipitada destes novos hábitos de consumo terminou por se transformar num obstáculo à construção de uma identidade nacional. Alguns intelectuais comprometidos com este projeto reagiram com soluções criativas e inusitadas. Um deles, o anônimo Cozinheiro Nacional se propôs a apresentar “uma cozinha em tudo Brasileira”. Seu intento era oferecer um livro de receitas onde a comida nacional estivesse visceralmente ligada a um território, seus habitantes e sua história. Ele queria, com efeito, que seu livro expressasse a relação entre “as pessoas e as preparações culinárias” e, assim, recuperar através da cozinha as identidades regionais que, reunidas em um só livro, seriam a expressão de uma cozinha nacional que utilizava ingredientes e técnicas de todas as regiões do Brasil. Desta forma, apresentando uma cozinha constituída de toda a fauna brasileira, onde se podia preparar cobras, onças, tamanduás e lagartos, o Cozinheiro Nacional nos dava sua receita para a construção da identidade brasileira que poderia ser assim resumida: “Comer papagaio e ser brasileiro”.
DOI: 10.12957/demetra.2013.6651
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