A MARGINALIZAÇÃO DAS VÍTIMAS NAS CIÊNCIAS CRIMINAIS BRASILEIRAS À LUZ DA JUSTIÇA RESTAURATIVA: CAMINHOS POSSÍVEIS

Authors

  • Patrícia Mothé Glioche Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Raquel Guerra Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Daniella Losso Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Abstract

Este artigo estuda a possibilidade de alterar o lugar periférico da vítima no sistema penal brasileiro a partir da ótica da justiça restaurativa. O confisco do conflito pelo poder estatal enraizado no sistema de justiça criminal contemporâneo criou um paradoxo em que a vítima direta da infração penal tende a ser a figura menos atendida na resolução do conflito. Não é por acaso que se afirma que o direito penal protege bens jurídicos, mas pouco se fala na pessoa vitimada. Enquanto a justiça tradicional tem como foco a infração, a justiça restaurativa dispensa um olhar atento para os conflitos e a restauração da relação, seja da vítima, do ofensor ou da comunidade afetada pelo dano. Nesse sentido, o estudo propõe a coexistência da justiça convencional com a justiça restaurativa como uma via de retorno da vítima à centralidade da resolução do conflito. Como resultado, a experiência dos Juizados Especiais Criminais será examinada como uma possível via do protagonismo da vítima a ser replantada em solos restaurativos. A pesquisa utilizou o método indutivo de abordagem e as suas fontes primárias são a legislação brasileira e as resoluções da Organização das Nações Unidas, e as secundárias, as suas principais referências. crítica das transformações jurídicas sobre a regulamentação trabalhista. Assim, o presente estudo utilizou a metodologia dedutiva, alicerçada em pesquisa bibliográfica e alterações legislativas concernentes ao tema proposto. Diante disso, serão analisadas: a desigualdade de desenvolvimento entre a centralidade e a periferia do capitalismo, explicada pela Teoria Marxista da Dependência (TMD) e a pluralidade de concepções jurisdicionais sobre o fenômeno em pauta.

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Author Biographies

Patrícia Mothé Glioche, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Associada de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2002 - Atual). Doutora em Direito pela UERJ (2005). Mestre em Direito pela UERJ (2001). Graduação em Direito pela UERJ (1991).

Raquel Guerra, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Advogada. Doutoranda em Direito Internacional – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) (2020 - Atual). Bolsista CAPES. Mestre em Relações Internacionais – Universidad Torcuato Di Tella (2018). Pós-graduada em Ajuda Humanitária e ao Desenvolvimento -Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2013). Bacharel em Direito - Universidade Candido Mendes (2011).

Daniella Losso, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Servidora do Ministério Público Federal (2005 - Atual). Mestranda em Direito Penal - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2019-Atual). Especialista em Direitos Humanos e Movimentos Sociais – Universidade Federal do Rio de Janeiro NEPP-DH/UFRJ (2019). Bacharel em Direito - UERJ (2004).

Published

2022-03-12

How to Cite

GLIOCHE, Patrícia Mothé; GUERRA, Raquel; LOSSO, Daniella. A MARGINALIZAÇÃO DAS VÍTIMAS NAS CIÊNCIAS CRIMINAIS BRASILEIRAS À LUZ DA JUSTIÇA RESTAURATIVA: CAMINHOS POSSÍVEIS. Contexto Jurídico, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 1–38, 2022. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/contexto/article/view/74031. Acesso em: 2 may. 2025.