confrontando o adultocentrismo: intervenções criancistas e decoloniais em filosofias e instituições educativas
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2024.88634Palavras-chave:
criancismo, adultocentrismo, decolonialidade, justiça intergeracional, educação, pedagogiaResumo
“Confrontando o Adultocentrismo: Intervenções Criancistas e Decoloniais em Filosofias e Instituições Educacionais” explora o potencial transformador do criancismo (childism) como uma orientação para criticar e transformar o adultismo e a colonialidade na educação. Editado por Tanu Biswas e Toby Rollo, o dossiê especial baseia-se nas discussões do Childism Institute para destacar as crianças como agentes epistêmicos e desafiar a marginalização estrutural da infância nas esferas sociopolíticas e filosóficas. O criancismo desconstrói e critica vieses adultocêntricos, propondo uma mudança profunda no que diz respeito ao reconhecimento da interdependência da infância e da idade adulta e das perspectivas relacionais como vitais para a justiça intergeracional. Os artigos investigam como sistemas educacionais tradicionais (eurocêntricos) reforçam hierarquias adultocêntricas, considerando as crianças como seres incompletos em um estágio preparatório chamado “infância”. Eles defendem a reimaginação dos sistemas educacionais com relações pedagógicas que incluam todas as idades, nas quais as crianças participem como contribuidoras ativas. Entre os principais temas estão a educação democrática e a libertação como um projeto intergeneracional, as críticas decoloniais às filosofias da infância subjacentes às práticas educacionais e o papel das crianças como agentes epistêmicos e ativistas. Algumas contribuições defendem o desmantelamento das estruturas adultistas e a integração das crianças e da infância em estruturas democráticas e libertárias. Outros vinculam explicitamente o adultismo à colonialidade, mostrando como os projetos coloniais eurocêntricos infantilizaram os povos colonizados. Os artigos estendem o alcance do criancismo para abordar os legados históricos da opressão racializada e epistêmica, incluindo explorações de imagens racializadas da infância. Coletivamente, o dossiê apresenta o criancismo como uma intervenção oportuna para remodelar a educação, a filosofia e a política, abrangendo as contribuições atuais das crianças e promovendo a igualdade entre as gerações.
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Referências
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