possíveis conexões entre o método montessori e a filosofia para crianças

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2020.46784

Palavras-chave:

montessori, lipman, direito de pensar, ambiente criativo, novo professor

Resumo

Este artigo tem como objetivo focalizar certos aspectos de dois métodos de ensino: um iniciado na primeira metade do século XX por Maria Montessori e o outro na segunda metade desse século por Matthew Lipman. O objetivo - nem comparativo nem analítico - é esclarecer as conexões e, mais especificamente, os elementos do Método Montessori que refletem na proposta de Lipman. A pergunta que este artigo pretende responder é: o FpC pode encontrar um terreno fértil nas escolas que aplicam o Método Montessori? O artigo enfocará, entre outros elementos: a importância de dar espaço à experiência de pensar desde a infância e o reconhecimento do valor da infância. Tanto Lipman quanto Montessori observaram sistematicamente crianças de diferentes idades - o primeiro na primeira metade, a segunda na segunda metade do século XX. Ambos caracterizaram, deram valor e concentraram suas contribuições científicas na capacidade das crianças de pensar e expressar seus pensamentos através de línguas (propositadamente na forma plural). Como pesquisadores e profissionais de educação sabem, as crianças têm a capacidade de pensar, mas essa capacidade nem sempre foi (ainda não é) considerada existente. Mesmo quando evocada em palavras, as escolhas e propostas educacionais parecem - ainda hoje - expressar desconfiança em relação ao pensamento das crianças. Os dois autores mencionados enfatizaram repetidamente a importância de um direito essencial: o direito de pensar e de ter um espaço - mesmo quando criança - para exercitar o pensamento com os outros. Em particular, ambos os autores - apesar de contemplarem diferentes caminhos educacionais - identificaram as mesmas categorias funcionais para o exercício do pensamento. Sua interconexão pode orientar as ações de professores, educadores e especialistas em processos de aprendizagem. De fato, a FpC pode desempenhar um papel em contextos educacionais nos quais a classe já é considerada uma comunidade de investigação, na qual o professor recebe o mesmo papel de facilitador.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Contini, Mariagrazia, Demozzi, Silvia, Fabbri, Maurizio, & Tolomelli, Alessandro. (2014), Deontologia pedagogica. Riflessività e pratiche di resistenza. Milan: Franco Angeli.

Dewey, John (1916). Democracy and Education. An Introduction to the Philosophy of Education. London: Macmillan.

Gregory Maughn Rollins, Laverty Megan Jane (2018). In community of inquiry with Ann Margaret Sharp. London: Childhood, philosophy and education, Routledge.

Gregory, Maughn Rollins (2004). “Practicing democracy: Social intelligence and philosophical practice”. International Journal of Applied Philosophy, 18(2), 163-176.

Kohan, Walter (2015). Childhood, education, and philosophy : new ideas for an old relationship. London New York: Routledge

Kohan, W. O., Santi, M., & Wozniak, J. T. (2016). Between ignorance, invention and improvisation. The Routledge International Handbook of Philosophy for Children, 253.

Maughn Rollins, Gregory (2007). “Normative dialogue types in philosophy for children”. Gifted Education International, 22(2-3), 160-171.

Maughn Rollins, Gregory (2011). “Philosophy for Children and its Critics: A Mendham Dialogue”. Journal of Philosophy of Education, Vol. 45 (2): 199-219.

Kennedy, David (2004). “The role of a facilitator in a community of philosophical inquiry”. Metaphilosophy, 35(5), 744-765.

Lipman, Matthew. Thinking in education. New York: Cambridge University Press, 1991.

Lipman, Matthew (1995). “Moral Education higher-order Thinking and Philosophy for Children”. Amsterdam: Early Child Development and Care, vol. 107, pgs.61-70, Overseas Publishers Association.

Lipman, Matthew (2008). A Life Teaching Thinking. New York: IAPC, Montclair.

Lorenzoni F. (2014), I bambini pensano grande. Cronaca di una avventura pedagogica (The children think big. Chronicle of a pedagogical adventure), Palermo: Sellerio Ed.

Montessori, M. (1964) The Montessori method. New York, Schocken Books, Inc.

Montessori, M. (1967). The discovery of the child. New York, Fides Publisher Inc.

Montessori, Maria (2016). Dall’infanzia all’adolescenza (From Childhood to Adolescence). Rome: Franco Angeli.

Morin E. (2000), La testa ben fatta, Riforma dell’insegnamento e riforma del pensiero nel tempo della globalizzazione (The head well made, Reform of teaching and reform of thought in the time of globalization), Raffaello Cortina, Milano.

Rilke R. M. (1989), Lettere a un giovane poeta (Letters to a young poet), Adelphi, Milano.

Sharp, Ann Margaret. “The community of inquiry: Education for democracy”. Thinking in education, The journal of philosophy for children, 9(2), 31-37, 1991.

Sharp, Anne Margaret. “What is a ‘Community of Inquiry'?”. Journal of Moral Education, 16(1): 37-45, 1987.

UNESCO (2007), La Philosophie, une École de la Liberté. Enseignement de la philosophie et apprentissage du philosopher: État des lieux et regards pour l’avenir, UNESCO, Paris.

Downloads

Publicado

2020-03-26

Como Citar

SCARPINI, Mariangela. possíveis conexões entre o método montessori e a filosofia para crianças. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 16, n. 36, p. 01–22, 2020. DOI: 10.12957/childphilo.2020.46784. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/46784. Acesso em: 4 maio. 2025.

Edição

Seção

dossier: philosophy and childhood: theory and practice