formação inventiva de professores por entre tessituras ética, estética e política de escritas acadêmicas
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2019.44236Palavras-chave:
formação inventiva de professores, cartografia, estética, produção de subjetividade, escrita acadêmica.Resumo
O propósito deste trabalho é pensar sobre as temáticas da formação inventiva de professores atravessadas pela atividade estética de uma escrita de si. Para tanto, fazemos ressoar a questão feita por Maurice Blanchot para enfrentar a linguagem da pesquisa em educação ligada à exigência de sua descontinuidade, de modo que a palavra escrita seja plural e implicada com o próprio movimento de uma experiência estética: “Como escrever de tal maneira que a continuidade do movimento da escrita possa deixar intervir fundamentalmente a interrupção como sentido e a ruptura como forma?” Trabalha-se com dois eixos de análise e de intervenção: a noção de escrita de si de Michel Foucault e a ideia de texto e fora do texto de René Lourau. Há círculos com o intuito de guiar o leitor nas trajetórias das pesquisas sobre formação inventiva de professores e seus fragmentos diarísticos. Os círculos não estão separados, mas se encontram e ressoam entre si com os eixos da escrita de si, do texto e do fora texto, são eles: escrita de si e pesquisar com; diário de pesquisa e restituição escrita; devir texto e tessituras do pesquisar e do escrever na formação. Existem ressonâncias inventivas, em que cada fragmento de diário, mais do que ser um fragmento, é a expressão de uma ação que se constitui em práticas efetivas abertas às intensidades e às diferenças. Contudo, reverte-se o trabalho do diário tomando-o longe do padrão para se poder tratá-lo mais próximo à alteridade, aos processos de subjetivação ético, estético e políticos de uma formação inventiva de professores.
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