à procura de (nossas próprias) palavras: filosofia e subjetividade
Palavras-chave:
Mathew Lipman, Escola de Frankfurt, formação, prática filosófica, pensamento.Resumo
Escrever sobre a prática filosófica com crianças requer uma memória do corpo, de um corpo que guarda o que é importante a si mesmo. Minha memória começa com meu contato com as ideias de Matthew Lipman e as novidades que traziam as suas palavras, mas continua com a necessidade de trocar algumas delas e/ou de atribuir diferentes significados a outras. A partir de minhas leituras dos frankfurtianos, algumas palavras ganharam, para mim, outros sentidos que compuseram o que entendo atualmente sobre a prática de filosofia com crianças e suas relações com a questão da formação, bem como de outras questões que orbitam em torno delas. A prática filosófica é uma experiência singular, intransferível que precisa ser pensada, sentida, vivida; tem seu próprio tempo e envolve, constrói e transforma nossa subjetividade. Sair à procura das nossas palavras em filosofia significa, assim, eleger aquelas que podem nos ajudar a compor os sentidos daquilo que fazemos e pensamos, permitindo-nos um trabalho com o pensamento e suas formas expressivas, para além de sua dimensão técnica. Quando esta última é enfatizada há um empobrecimento da experiência formativa, uma vez que tal ênfase relega a um segundo plano outras dimensões fundamentais de nossas vidas. No caso da prática filosófica com crianças traz ainda implicações para a relação entre adultos e crianças. Os professores acabam por colocar os alunos em condições de menoridade e, portanto de algum modo, também a si mesmos, quando reduzem a filosofia a uma capacidade formal de pensar. Neste texto, a atividade de escrita – como uma das formas de expressão do pensamento - permite-me um passeio pela minha própria subjetividade e também o encontro com as palavras que elejo para expressar os sentidos do que faço e penso em relação às novelas filosóficas e ao valor e sentido da elaboração de textos em relação com a prática filosófica, a formação e a avaliação em filosofia.Downloads
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Publicado
2011-11-20
Como Citar
DE OLIVEIRA, Paula ramos. à procura de (nossas próprias) palavras: filosofia e subjetividade. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 7, n. 14, p. 233–249, 2011. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20569. Acesso em: 5 maio. 2025.
Edição
Seção
artigos