“fala e tenta pensar, juntos” - estudo de caso sobre a participação de um aluno diagnosticado com transtorno do espectro autista em diálogos filosóficos
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2023.70493Palavras-chave:
transtorno do espectro autista, dificuldades de comunicação, filosofia para crianças, filosofia com crianças, diálogo filosófico.Resumo
Apresentamos os resultados de um único estudo de caso baseado em entrevistas semi-estruturadas com um estudante (do terceiro ano escolar) diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e seu corpo docente, após participarem de uma intervenção curta e de pequena escala realizada em 2019 em uma escola primária sueca socioeconomicamente desfavorecida. O estudante participou de uma intervenção de sete semanas, com um total de 12 diálogos filosóficos (entre 45 a 60 minutos cada). Dois facilitadores, ambos com anos de experiência em mediação escolar, professores e com, no mínimo, licenciatura em filosofia, facilitaram a maioria dos diálogos e, principalmente, seguiram uma “rotina”. Tão logo a intervenção teve fim, o estudante foi entrevistado sobre as experiências que teve a partir dos diálogos e as suas percepções sobre se e como esses diálogos o influenciaram. Os dois professores do estudante, que engajaram nos diálogos como participantes, foram entrevistados em dupla, também em conexão direta com o fim da intervenção, enquanto a direção da escola foi entrevistada dois anos depois do estudo. Estas entrevistas com a equipe escolar se referiam às experiências do grupo sobre a influência dos diálogos nos alunos durante a intervenção, bem como aos efeitos de transferência para outros contextos na escola. Os dados do estudo incluem elaborações detalhadas da perspectiva do estudante sobre os diferentes efeitos no seu desenvolvimento comunicativo e cognitivo, que são, em diversos aspectos, confirmados também pelos relatos do corpo docente. Os resultados mostram que o estudante estava apto, interessado e disposto a participar dos diálogos filosóficos, e nossos dados apontam para diversos resultados positivos para o estudante nos domínios da comunicação e cognição.Downloads
Referências
Backman, Y., Gardelli, T., Gardelli, V., & Strömberg, C. (2020). Group Argumentation Development through Philosophical Dialogues for Persons with Acquired Brain Injuries. International Journal of Disability, Development and Education, 67(1), 107–123. http://doi.org/10.1080/1034912X.2019.1681377
Backman, Y., Reznitskaya, A., Gardelli, V., & Wilkinson, I. A. G. (2023). Beyond Structure: Using the Rational Force Model to Assess Argumentative Writing. Written Communication, 40(2), 555–585. https://doi.org/10.1177/07410883221148664
Bryman, A. (2018). Samhällsvetenskapliga metoder. Malmö: Liber.
García Moriyón, F., Rebollo, I., & Colom, R. (2005). Evaluating philosophy for children: A meta-analysis. Thinking: The Journal of Philosophy for Children, 17(4), 14–22. https://doi.org/10.5840/thinking20051743
Gardelli. V. (2016). To describe, transmit or inquire: Ethics and technology in school. Luleå University of Technology. Retrieved from http://ltu.diva-portal.org/smash/get/diva2:999077FULLTEXT01.pdf
Gorard, S., Siddiqui, N., & See, B. H. (2015). Philosophy for Children (pp. 1–45). Education Endowment Foundation.
Hattie, J., & Zierer, K. (2019). 10 Mindframes for Visible Learning. Natur & Kultur.
Kizel, A. (ed.) (2022). Philosophy with Children and Teacher Education: Global Perspectives on Critical, Creative and Caring Thinking. Routledge.
Lewis, J. (2009). Redefining Qualitative Methods: Believability in the Fifth Moment. International Journal of Qualitative Methods, 8(2), 1–15.
Lipman, M. (2003). Thinking in Education. Cambridge University Press.
Lipman, M., & Sharp, A. M. (1978). Growing up with philosophy. Temple University Press.
Lipman, M., Sharp, A. M., & Oscanyan, F. S. (1980). Philosophy in the Classroom. Temple University Press.
Lukey, B. (2004). Rethinking Dialogue: Reflections on P4C with Autistic Children. Thinking: The Journal of Philosophy for Children, 17(1), 24–29.
Murphy, K., Wilkinson, I., Soter, A., Hennessey, M., & Alexander, J. (2009). Examining the effects of classroom discussion on students’ comprehension of text: A meta-analysis. Journal of Educational Psychology, 101(3), 740–764. https://doi.org/10.1037/a0015576
Reznitskaya, A., & Wilkinson, I. A. G. (2017). The Most Reasonable Answer. Cambridge, MA: Harvard Education Press.
Stemler, Steven E. (2004). A Comparison of Consensus, Consistency, and Measurement Approaches to Estimating Interrater Reliability. Practical Assessment, Research, and Evaluation, 9(4), 1–11.
Topping, K. J., & Trickey, S. (2007a). Collaborative philosophical enquiry for school children: Cognitive effects at 10–12 years. British Journal of Educational Psychology, 77(2), 271–288. http://doi.org/10.1348/000709906X105328
Topping, K. J., & Trickey, S. (2007b). Impact of philosophical enquiry on school students’ interactive behaviour. Thinking Skills and Creativity, 2(2), 73–84. http://doi.org/10.1016/j.tsc.2007.03.001
Trickey, S., & Topping, K. J. (2004). ’Philosophy for children’: A systematic review. Research Papers in Education, 19(3), 365–380.
Trickey, S., & Topping, K. J. (2006). Collaborative Philosophical Enquiry for School Children: Socio-Emotional Effects at 11 to 12 Years. School Psychology International, 27(5), 599–614. http://doi.org/10.1177/0143034306073417
Yan, S., Walters, L. M., Wang, Z., & Wang, C. (2018). Meta-analysis of the effectiveness of philosophy for children programs on students’ cognitive outcomes. Analytic Teaching and Philosophical Praxis, 39(1), 13–33.