incêndios da infância. atrevimento de uma arte cruel
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.23404Palavras-chave:
Literatura, Infância, História, Walter BenjaminResumo
O artigo, na interlocução com a literatura, especificamente com a peça Incêndios de Wajdi Mouawad, 2003, almeja pensar sobre as implicações éticas da noção de origem utilizada nas Ciências Humanas como causa, fonte, início. A questão que move o artigo considera que, à luz de Walter Benjamin, a idéia de origem seria uma criação mítica. Mito no sentido da ausência de análise histórica, do campo conflitivo de forças, do qual emerge esta noção. À luz da contribuição benjaminiana sobre a invenção da Infância, o artigo utiliza o atrevimento infantil como enfrentamento às forças míticas da literatura. A infância que, por meio de experimentações, de modos peculiares de leitura e escuta, põe à prova a obediência e a reprodução do universo mítico. Ato insurgente que impede à história narrada a conclusividade e afirma o seu desdobramento em outras tramas possíveis. Insurgência que interrompe a linearidade do tempo e da história. O artigo é composto por três momentos. No primeiro, são apresentados os contrastes entre a noção de origem, conforme Benjamin, e aquela comumente utilizada nas Ciências Humanas, assim como na vida ordinária. Fragmentos de frases da peça Incêndios são utilizados como experimentação da escrita, no intuito de justapor tempos e sentidos que escapam à linearidade da história. No segundo, a interlocução da literatura de Kafka com a peça de Wajdi Mouawad se faz presente com o objetivo de pensar sobre a agonística do silêncio e do canto nas personagens de Incêndios. No terceiro momento, é utilizada a categoria de constelação de Walter Benjamin, para intensificar a aposta ética da obra de MouawadDownloads
Publicado
2016-06-28
Como Citar
baptista, luis antonio. (2016). incêndios da infância. atrevimento de uma arte cruel. Childhood & Philosophy, 12(23), 27–45. https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.23404
Edição
Seção
dossiê