incêndios da infância. atrevimento de uma arte cruel

Autores

  • luis antonio baptista Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.23404

Palavras-chave:

Literatura, Infância, História, Walter Benjamin

Resumo

O artigo, na interlocução com a literatura, especificamente com a peça Incêndios de Wajdi Mouawad, 2003, almeja pensar sobre as implicações éticas da noção de origem utilizada nas Ciências Humanas como causa, fonte, início. A questão que move o artigo considera que, à luz de Walter Benjamin, a idéia de origem seria uma criação mítica. Mito no sentido da ausência de análise histórica, do campo conflitivo de forças, do qual emerge esta noção. À luz da contribuição benjaminiana sobre a invenção da Infância, o artigo utiliza o atrevimento infantil como enfrentamento às forças míticas da literatura. A infância que, por meio de experimentações, de modos peculiares de leitura e escuta, põe à prova a obediência e a reprodução do universo mítico.  Ato insurgente que impede à história narrada a conclusividade e afirma o seu desdobramento em outras tramas possíveis. Insurgência que interrompe a linearidade do tempo e da história. O artigo é composto por três momentos. No primeiro, são apresentados os contrastes entre a noção de origem, conforme Benjamin, e aquela comumente utilizada nas Ciências Humanas, assim como  na vida ordinária. Fragmentos de frases da peça Incêndios são utilizados como experimentação da escrita, no intuito de justapor tempos e sentidos que escapam à linearidade da história. No segundo, a interlocução da literatura de Kafka com a peça de Wajdi Mouawad se faz presente com o objetivo de pensar sobre a agonística do silêncio e do canto nas personagens de Incêndios. No terceiro momento, é utilizada a categoria de constelação de Walter Benjamin, para intensificar a aposta ética da obra de Mouawad

Biografia do Autor

luis antonio baptista, Universidade Federal Fluminense

Professor Titular do Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense. Graduado em Psicologia pela Universidade Gama Filho (1974), mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1978) , doutorado em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (1987), Pós-doutorado na Faculdade de Sociologia da Universidade de Roma "La Sapienza" ( 1995-1996), bolsista do CNPQ, e no Serviço de Saúde Mental de Imola, Italia ((1996-1997), bolsista CAPES. Membro da Direção Nacional da ABRAPSO 1991-1993. Membro da Comissão Editorial da Revista Psicologia Ciência e Profissão ( 2011 - 2013 ). Integrante do GT da ANPEPP Políticas de Subjetivação e Invenção do Cotidiano. Pesquisador do CNPQ- bolsista produtividade em pesquisa. Autor, entre outras publicações, dos livros O Veludo, o Vidro e o Plástico. Desigualdade e Diversidade na Metrópole, 2 edição, EDUFF, 2012. A Fábrica de Interiores. A Formação Psi em Questão, EDUFF, 2000. A Cidade dos Sábios. Reflexões sobre a Dinâmica Social nas Grandes Cidades, Ed. Summus, 1999. Atualmente tem como linha de pesquisa os estudos sobre as políticas da subjetividade, atuando principalmente nos seguintes temas: experiência urbana e subjetividade e as problematizações da literatura e do cinema às produções políticas da diferença.

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Publicado

2016-06-28

Como Citar

baptista, luis antonio. (2016). incêndios da infância. atrevimento de uma arte cruel. Childhood & Philosophy, 12(23), 27–45. https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.23404

Edição

Seção

dossiê