criando investidores, não turistas: como cuidar do sistema ecolinguístico

Autores

  • daniel john anderson Graduated with Philosophy Honours from UBC. Associate Director of Think Fun Camps at the University of the Fraser Valley.

Resumo

O papel do facilitador dentro das Comunidades de Investigação Filosófica (CIF) tem sido frequentemente destinado a estruturar as interações do grupo e/ou confirmar as contribuições dos participantes. Neste artigo, entretanto, será sustentado que facilitadores devem assumir um papel muito mais ativo no diálogo do que tem sido reconhecido até aqui. Este é o caso porque, quando deixado a seus próprios dispositivos, o diálogo da CIF frequentemente se transforma em mera opinião, tornando-se obscuro e/ou ficando submerso por um excesso de conteúdos irrelevantes. Será argumentado que esses efeitos, por sua vez, colocam uma séria ameaça ao facilitador. Isso é, por turvar o diálogo, esses efeitos podem romper o elo entre o colocado pelo agente motivacional e o assunto em questão e, consequentemente, podem levar os agentes a interiormente se desinteressar pela discussão em curso. Dado o perigo que o diálogo não controlado coloca ao facilitador, será argumentado que o facilitador deve estar atento para prestar assistência à saúde do ambiente linguístico que ambos, agentes e participantes, ocupam. Isto é, será argumentado que os facilitadores tenham responsabilidade de cuidar das intervenções dos participantes, intervindo no diálogo e promovendo rigor e clareza. Interessantemente, esse modelo ecocêntrico de cuidado com frequência colide diretamente com uma posição mais intuitiva ou biocêntrica, segundo a qual o facilitador deve diretamente cuidar para o bem estar afetivo ou emocional dos participantes, comemorando suas contribuições para o bem da discussão. Em vez disso, é sugerido que os facilitadores possam, indiretamente, cuidar dos participantes estrategicamente, incitando-os a fazerem suas contribuições logicamente fundamentadas, concisas e claras. Mais que isso, essa perspectiva ecocêntrica também se confronta com a ótica frequente segundo a qual o facilitador é uma figura temporária que deveria, finalmente, se tornar obsoleta na FpC. Contrariamente, a perspectiva ecocêntrica sugere que o papel do facilitador é indispensável para sucesso da FpC, à medida que ajuda a criar e a manter as condições necessárias para o investimento do agente, e ajuda a assegurar a continuidade do ecossistema linguístico, do qual depende, crucialmente, o bem estar de todos.

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Publicado

2015-11-30

Como Citar

anderson, daniel john. (2015). criando investidores, não turistas: como cuidar do sistema ecolinguístico. Childhood & Philosophy, 11(22), 283–297. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20704

Edição

Seção

artigos