infância e experiência em walter benjamin: brincar de ser outro

Autores

  • silvana vignale

Palavras-chave:

infancia, experiencia, lenguaje, juego, “jugar a ser otro”

Resumo

A construção da subjetividade, tal como assinala Foucault em Hermenêutica do sujeito, tem sido determinada na história da filosofia ocidental por sua relação com a verdade, a partir do “momento cartesiano”. É importante extrair do pensamento filosófico, também, as possíveis relações da subjetividade com a experiência, que expressem outros modos em relação à sua constituição. Pode-se encontrar duas figuras centrais na obra de Walter Benjamin, que permitem pensar uma concepção sobre o sujeito. Uma delas é o flâneur, o caminhante das ruas de Paris do século XIX; a outra é a criança. Ambos são figuras que se contrapõem ao sujeito moderno. Este trabalho apresenta imagens da infância, a partir de uma passagem por textos como “Experiência e pobreza”, “Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem dos homens”, “A faculdade mimética”, e os organizados em Infância em Berlim por volta de 1900; Rua de mão única; Escritos. A literatura infantil, as crianças e os jovens. Essas imagens, por um lado, possibilitam pensar filosófica e antropologicamente a infância como condição do homem. Por outro, o conceito de infância permite esboçar uma subjetividade que se constrói a partir da experiência, em uma desterritorialização da conceituação moderna que compreende a subjetividade somente a partir de suas relações com a verdade. Trata-se, resumidamente, de um passeio filosófico por um entrelaçamento entre infância, experiência, linguagem e jogo. A experiência é entendida como o dom de perceber ou a capacidade de produzir semelhanças, de dar encontro ao diferente. Tomam-se como exemplos a linguagem – como “semelhança imaterial” – e o jogo infantil. A faculdade mimética, nesse ponto, se volta à experiência do “brincar de ser outro”, que permite compreender o atravessamento da alteridade e da transformação. Por último, questionamos em que medida a pedagogia de nossas aulas responde ou não a uma subjetividade que se constitui não somente a partir das relações com o saber, mas também a partir da experiência.

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Publicado

2009-06-28

Como Citar

VIGNALE, Silvana. infância e experiência em walter benjamin: brincar de ser outro. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 5, n. 9, p. pp. 77–101, 2009. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20600. Acesso em: 1 maio. 2025.

Edição

Seção

artigos