em torno da noção de boas razões em filosofia para crianças

Autores

  • diego antonio pineda Universidad Javeriana

Palavras-chave:

Reasonableness, Good Reasons, Criteria, Intuition

Resumo

A razoabilidade é o ideal básico de uma educação filosófica. Esse ideal é especialmente expresso no programa de “Filosofia para Crianças” (FpC) pela noção, ainda aberta à múltiplas interpretações, de “boas razões”. “Ser razoável” significa, num sentido amplo, a tendência, o hábito bem cultivado, de dar, perguntar e analisar razões para nossos pensamentos, sentimentos, ações, palavras ou desejos. O que isto demanda àqueles que participam da comunidade de investigação é o permanente esforço de pesquisar pelas melhores razões para o que somos, sentimos, pensamos, falamos ou queremos fazer. Por que as boas razões são necessárias? Como podemos avaliar essas razões? O que nos permite distinguir entre a boa e a má razão? Quais são as principais características da boa razão? Essas são algumas das principais questões que eu pretendo examinar neste artigo. Eu começo tentando esclarecer o que nos leva à necessidade de dar, perguntar e analisar razões. Depois, tento responder à questão que considero central: o que é, ou em que consiste, uma boa razão? Concluo meus pensamentos com algumas notas sobre a possibilidade e o significado da “lógica das boas razões” e o papel que isso desempenha no programa de filosofia para crianças. Mostro a diversidade das razões que podem ser oferecidas de acordo com as circunstâncias e os círculos de interesse nos quais nos movemos. Desde que vivemos em diferentes mundos (os do dia-a-dia, da teoria, da decisão moral e quem sabe quais outros mundos possíveis nós criamos através da fantasia), os tipos de razões que devemos oferecer em cada caso podem ser completamente diferentes. Portanto, o critério de acordo com o qual podemos analisar as razões oferecidas em cada contexto pode ser também muito diferente. Enfatizo que a boas razões são, em sua maioria, intuitivas; ou seja, não são mediadas por uma longa análise, mas “emergem” em nossas mentes, ao contrário, “espontaneamente”. Embora as boas razões possam surgir num sentido mais intuitivo, em geral elas são sustentadas por um longo processo de análise. As boas razões não poderiam ser assim se elas não fossem oportunas; portanto, elas não podem demorar muito para aparecer; circunstancias que pressionam exigem que elas apareçam prontamente. Contudo, elas não são produzidas casual ou acidentalmente. Com efeito, elas são preparadas no nosso exercício permanente de fazer bons julgamentos, isto é, juízos cuidadosos, relevantes e bem iluminados. Isso implica num processo de decomposição de uma situação problemática pelas suas partes constitutivas (ou seja, um exercício de análise), o que ocorre muito rápido em nossas mentes e mostra-se terminado naqueles os quais se esforçam permanentemente para raciocinar de modo sensível e coerente quando confrontados com situações distintas. Palavras-chave: razoabilidade; boas razões; critério; intuição

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Publicado

2010-02-02

Como Citar

PINEDA, Diego antonio. em torno da noção de boas razões em filosofia para crianças. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. p. 317–338, 2010. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20590. Acesso em: 1 maio. 2025.

Edição

Seção

artigos