resistência e criação nas práticas de ensino e aprendizagem, por uma educação aberta
Palavras-chave:
Resistência, Ensino-aprendizagem, Criação, Educação AbertaResumo
Nosso objetivo é pensar a emergência de processos de abertura criadora que se desenrolam nas atividades de ensino e aprendizagem e que põem em questão as formas verticais e tradicionais da educação. Nossa abordagem metodológica busca articular no campo conceitual o problema da criação com os processos de ensino-aprendizagem a partir das filosofias de Michel Foucault, Henri Bergson e Gilles Deleuze. Partimos da concepção de que práticas educativas dominantes podem ser compreendidas como resultado de uma educação fechada, cujo objetivo majoritário consiste em produzir indivíduos responsivos aos conteúdos e questões previamente definidos pelo sistema curricular centralizado na figura do Estado. Tal educação tem como pressuposto geral inserir os indivíduos infantis no mundo “normalizado” da vida social a partir da transmissão vertical dos valores, sentidos, informações e conhecimentos, que são tratados como padrões necessários à subordinação e naturalização dos modos de vida destes sujeitos. Mas, se de um lado o processo de socialização no ocidente visa submeter os indivíduos ao conjunto das normas e regras instituídas, por outro lado os processos episódicos de transformação social e do progresso das nações nos permitem apreender o funcionamento de uma tendência contrária a este sentido conservador e adaptativo das práticas educacionais. A partir disto, a relação ensino-aprendizagem pode ser pensada de outra forma que simplesmente em sua verticalidade tradicional. A estas experiências em que as fronteiras entre as posições de professor e alunos perdem seus contornos bem definidos e os conteúdos normativos carecem de sentido e valor diante das situações concretas, e nas quais o conhecimento se constitui numa relação de co-produção em que todos se tornam simultaneamente produtores e consumidores do saber que se cria, pretendemos denominar como processos de abertura criadora ou de devir. O que o devir ou a abertura proporcionam, é a criação de um mundo ou de um modo de apreensão do mundo fora do modelo majoritário da subjetividade, instaurando uma certa experiência de construção de si e dos sentidos que atribuímos ao mundo que nos cerca. Assim, podemos compreender estas experiências de abertura como uma espécie de resistência frente às práticas dominantes que se operam tradicionalmente nas escolas de um modo geral e, ao mesmo tempo, inspiram a possibilidade de pensarmos novas práticas educacionais de transformação e de criação que viabilizem experiências de si e estejam comprometidas com a produção de novos modos de valorar, de pensar, de sentir e de agir. Por fim, nos encaminhamos na direção de pensarmos a constituição de um tipo de educação que leve em consideração estes processos de abertura, ou seja, que tenha por objetivo não apenas inserir as crianças no conjunto dos conhecimentos básicos presentes nos currículos, mas em viabilizar a emergência de práticas que visem produzir e acolher as experiências de problematização e criação dos conhecimentos, cuja decorrência consistiria na transformação dos sujeitos destas experiências, professores e alunos. Isto é, como as escolas poderiam possibilitar o exercício de uma educação aberta e assim conceberem as suas práticas para além do registro da utilidade e da eficácia. Palavras-chave: ensino-aprendizagem; criação; educação abertaDownloads
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Publicado
2011-01-31
Como Citar
MELO, Danilo augusto santos. resistência e criação nas práticas de ensino e aprendizagem, por uma educação aberta. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 6, n. 12, p. pp.229–254, 2011. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20545. Acesso em: 4 jun. 2025.
Edição
Seção
artigos