concepções de infância e a educação das crianças da classe trabalhadora: uma crítica benjaminiana ao projeto escola sem partido
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.36038Parole chiave:
Escola Sem Partido, Infância, ExperiênciaAbstract
O presente artigo procura sistematizar algumas contribuições do filósofo Walter Benjamim na intenção de nos ajudar a pensar as infâncias e a educação da classe trabalhadora no contexto em que se formulam projetos de lei, como o Escola Sem Partido, no Brasil. São projetos elaborados nos últimos anos, de forte cunho conservador e de controle ideológico. Buscamos em Benjamin (2009, 2012) a noção de experiência e como ela se situa na infância e na área da educação, bem como as suas contribuições no que se refere à educação popular ou proletária. A partir de tais noções e referencial benjaminiano, visamos analisar propostas educativas e projetos de lei, como o acima mencionado, indagando sobre as concepções de infância, história, experiência e política que atravessam esse debate. A intenção aqui é pensar sob uma ótica benjaminiana o crescimento das ideias que norteiam o projeto Escola Sem Partido e a sua influência na educação das crianças pequenas, em especial, das crianças da classe trabalhadora. Para tanto, consideramos escritos do autor como: Experiência, Experiência e Pobreza, A vida dos estudantes, Teatro Infantil Proletário, Pedagogia Comunista, O narradore suas narrativas radiofônicas apresentadas em rádios de Berlim e Frankfurt, nas quais a cultura e o cotidiano das crianças berlinenses têm destaque. Para começarmos a trilhar os caminhos desse estudo, que se inscreve numa pesquisa de doutorado, em curso, além de Walter Benjamin (2009, 2012), também recorre-se às publicações como Gaudêncio Frigotto (2017) e Jorge Larrosa Bondía (2002), tendo ainda os projetos de lei federais nº 193/2016 (Escola Sem Partido) e o nº 1859/2015 (Ideologia de Gênero) como documentos legais analisados.