infâncias no campo: brinquedo, brincadeira e cultura
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.30364Parole chiave:
crianças, infâncias do campo, povos tradicionais, brincar, brinquedoAbstract
Neste artigo, de contornos ensaísticos, busca-se discutir a brincadeira como prática cultural e sua presença nas infâncias vividas em contextos do campo ou das chamadas comunidades tradicionais no Brasil. No diálogo com os Estudos da Infância, pretende-se analisar as imagens que construímos sobre quem são essas crianças e o que suas brincadeiras informam sobre suas vidas e formas de sociabilidade. Analisaremos como artefatos culturais um pequeno repertório de brinquedos produzidos por crianças, problematizando as culturas infantis e suas formas de produção simbólica. Buscamos aqui, na relação com nossas experiências de pesquisa e formação de professores, apreender o significado cultural da brincadeira na tensão entre universalidade das formas e expressões da diversidade do brincar, produto do universo sócio-cultural onde se situa e ainda analisar os significados dessas experiências para as crianças. Ensaiamos ainda um pequeno diálogo com pesquisas que tiveram como foco as infâncias de diferentes povos do campo e suas contribuições para a compreensão da brincadeira como prática cultural. Por fim, aponta-se a dimensão do território como elemento central nos processos de apreensão do mundo, criação e participação da criança na cena social e anunciam-se desafios de pesquisa sucitados pela discussão aqui empreendida e que poderão instigar futuros exercícios de escrita.
Infancias en el campo: Juguete, juegos y cultura
En este artículo, de contornos ensayísticos, se busca discutir el juego de niños como práctica cultural y su presencia en las infancias vividas en contextos del campo o de las llamadas comunidades tradicionales en Brasil. En el diálogo con los Estudios de la Infancia, se pretende analizar las imágenes que construimos a respecto de quiénes son esos niños y sobre qué es lo que informan los juegos sobre sus vidas y formas de sociabilidad.Analizaremos como artefactos culturales un pequeño repertorio de juguetes creados por niños del campo, tratando de discutir las culturas infantiles y sus formas de producción simbólica. Buscamos aquí, en lo que se refiere a nuestras prácticas de investigación y formación de profesores, aprehender el significado cultural del juego infantil en la tensión entre la universalidad de las formas y expresiones de la diversidad de lo que es jugar, producto del universo sociocultural en el que se ubica, e incluso, considerar los significados de esas experiencias para los niños. Ensayamos todavía un pequeño diálogo con las investigaciones que han tenido como enfoque las infancias de varios pueblos del campo y sus contribuciones a la comprensión de los juegos como práctica cultural.
Por fin, se señala la dimensión del territorio como elemento central en los procesos de percepción del mundo, creación y participación de los niños en la escena social y se anuncian retos de investigación planteados aquí por el debate entablado y que pueden venir a instigar futuros ejercicios de escritura.
Palabras Clave: Niños, Infancias del campo, Pueblos Tradicionales, Jugar, Juegos de Niños
Childhood in the countryside: Toys, games and culture
In this article, with an essay-like character, the authors seek to discuss children’s games as cultural practices, regarding its presence in childhoods lived in rural contexts or in the so-called traditional communities in Brazil. By the means of a dialogue with Childhood Studies, we intend to analyze the images we construct about who these children are as well as what their games tell us about their lives and forms of sociability. We will analyze as cultural artifacts a small repertoire of toys produced by children, problematizing children’s cultures and their forms of symbolic production. We seek here, in relation to our experiences of research and teacher training, an appreciation of the cultural meaning of games as lying between the universality of forms and the expressions of the diversity of playfullness, product of the sociocultural universe where they are located. In adition to this, we will try to interpret the meanings these experiences can have for children. We will also engage in a brief dialoge with the researches that focus on the childhoods in the countryside, analysing their contributions to an understanding of play as a cultural practice. Finally, the dimension of the territory for play is pointed out as a central element in the processes of apprehension of the world, creation and participation of the child in the social scene. Some challenges regarding research are aroused by the discussion undertaken here. We will argue that these challenges can instigate new writing exercises on this subject.
Keywords: Children; Childoods in the countryside; Traditional communities; Play; Games