coloniality and early childhood education: a critical analysis of pedagogical practices in an institution in a peripheral Brazilian context

Authors

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2024.82143

Keywords:

early childhood education, coloniality, adultcentrism, periphery, infancy

Abstract

This article aims to critically examine the presence of colonial influences within the pedagogical practices of an early childhood education institution situated in a culturally peripheral area of Brazil. Our examination is based on insights gathered from both educators and families involved in the institution. The argumentation and theoretical framework utilized draw from childhood studies as well as decolonial and counter-colonial theories. The data analyzed in the article stems from conversations held with adults who participated in the research. Specifically, four interviews were conducted with teachers and mothers of children attending the early childhood education institution in Betim – MG, a city characterized by its peripheral and predominantly black population. Through these interviews, the article sheds light on the grievances expressed by participants, which collectively delineate what the authors define as the coloniality of early childhood education. One significant aspect highlighted by both teachers and mothers is the discomfort generated during meal times, a routine occurrence within the pedagogical setting. This discomfort is attributed to acts of violence perpetrated against children during these moments. Such violence is construed as an embodiment of adultcentrism, a concept denoting the relegation of children to the periphery of the Western civilizational narrative. Adultcentrism is further characterized as a product of the Eurocentric and colonial paradigm, akin to a pervasive affliction affecting educational practices.The authors advocate for concerted efforts to combat coloniality and adultcentrism within early childhood education, emphasizing the necessity of grounding this endeavor in practical experiences rather than purely theoretical frameworks. They underscore the imperative of enhancing teacher training programs to foster awareness regarding the need for counter-colonial approaches within early childhood education. Ultimately, the article posits the pursuit of an emancipatory society as contingent upon the simultaneous advancement of counter-colonial initiatives within the realm of early childhood education.

Author Biography

otavio henrique ferreira da silva, Universidade do Estado de Minas Gerais

Doutor e mestre em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais, licenciado em pedagogia pela Universidade de Uberaba e em matemática pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, bacharel em administração pela Faculdade Pitágoras de Betim. É professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, no Departamento de Educação, Campus Helena Antipoff - Ibirité/MG e professor e coordenador do Mestrado em Segurança Pública e Cidadania - Faculdade de Políticas Públicas - FaPPGeN/UEMG. Líder dos grupos de estudos e pesquisas "Infâncias, Matemáticas e Relações Étnico-Raciais" - IMERER/CNPq e "Grupo de Estudos Periféricos" - GEP. Pesquisa, ministra aulas e cursos sobre os temas: "educação infantil", "Infância", "periferia", "educação para as relações étnico-raciais", "decolonialidade", "contracolonialidade", "emancipação", "gestão democrática", "cidadania", "democracia", "formação de professores", "o legado de Paulo Freire" e "etnomatemática". Filiado à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPED e à Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as - ABPN. Bolsista de Produtividade em Pesquisa - PQ/UEMG. E-mails: hotaferreira@gmail.com ou otavio.silva@uemg.br

References

ABRAMOWICZ, Anete; OLIVEIRA, Fabiana. As relações étnico-raciais e a sociologia da infância no Brasil: alguns aportes. In: BENTO, Maria Aparecida Silva. Educação infantil, igualdade racial e diversidade: aspectos políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: CEERT, 2012.

ARENHART, Deise; SILVA, Maurício Roberto da. Entre a favela e o castelo: infância, desigualdades sociais e escolares. Cadernos Ceru, v. 25, n. 1, p. 59-82, 2014.

ARROYO, Miguel. O direito à educação e a nova segregação social e racial – tempos insatisfatórios? Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, p. 15-47, 2015.

BAUMAN, Zygmunt. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BETIM. Lei nº 2701, de 30 de outubro de 1995: dispõe sobre o Estatuto da Educação de Betim. Betim, 1995. Disponível em: http://www.camarabetim.mg.gov.br/norma_juridica.aspx?id=7846. Acesso em: 19 nov. 2016.

BETIM. Lei nº 4933, de 23 de dezembro de 2009: cria os cargos da educação infantil no município de Betim, e dá outras providências. Betim, 2009. Disponível em: http://www.camarabetim.mg.gov.br/norma_juridica.aspx?id=12222. Acesso em: 15 jun. 2015.

BISPO DOS SANTOS, Antônio. Colonização, Quilombos: modos e significados. Brasília: INCIT/UNB, 2015.

BISPO DOS SANTOS, Antônio. Testemunho na banca de defesa de tese de doutorado de Joviano Mayer. UFMG, outubro de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SPQTwGx9sGs. Acesso em: 13 fev. 2022.

BRASIL. CNE. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

BRASIL. Constituição Da República Federativa Do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14. out. 2021.

BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 248, p. 27833-27841, 23 dez. 1996.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. 338f. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Educação, São Paulo, 2005.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Diagnóstico sobre o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento/Conselho Nacional de Justiça. Brasília: CNJ, 2020.

CORREIA, Adriano. Natalidade e amor mundi: sobre a relação entre educação e política em Hannah Arendt. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, p. 811-822, 2010.

D´ALMEIDA, Késia Pereira de Matos. Educação infantil e direito: práticas de controle como campo de análise. 2009. 133f. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana, Rio de Janeiro, 2009.

D´ANDREA, Tiaraju. Contribuições para a definição dos conceitos periferia e sujeitas e sujeitos periféricos. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 19-36, 2020.

DARÓS, William Roberto. Seducir o adoctrinar. La educacíon antes las formas moderna y pós-moderna de la esclavitud. Rev. hist.edu.latinoam, v. 22, n. 34, p. 73-94, 2020.

FANON, FRANTZ. Os condenados da terra. Trad. Serafim Ferreira. Lisboa: Editora Ulisseia, 1961.

FERRÃO, Ana Carolina Fernandes; NEVES, Maria da Graça Camargo. Sídrome de Munchausn por Procuração: quando a mãe adoece o filho. Comunicação em Ciências da Saúde, Brasília, v. 24, n. 2, p. 179-186, 2013.

FERREIRA, Patrícia Helena. Tramas e grades: inventários sobre a criança na educação infantil. 2013. 217 f. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação, São Paulo, 2013.

FRANCO, Marielle. UPP – A redução da favela em três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. 2012. 165 f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Administração, Niterói, 2014.

FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d´Água, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 68. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2019a.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 58. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2019b.

FREIRE, Paulo; GUIMARÃES, Sérgio. Partir da infância: diálogos sobre educação. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2020.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.

GOMES, Nilma Lino; TEODORO, Cristina. Do poder disciplinar ao biopoder à necropolítica: a criança negra em busca de uma infância descolonizada. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 17, p. 1-16, 2021.

HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Marcelo Brandão Cipolla (trad.). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

KOHAN, Walter Omar. Paulo Freire: outras infâncias para a infância. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 34, p. 1-33, 2018.

KRAMER, Sonia. O papel social da pré-escola. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 58, p. 77-81, 1985.

KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

KUHLMANN JR., Moyses. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. 6. ed. Porto Alegre: Mediação, 2011.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: GROSFOGUEL, Ramón; BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2020.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1 Edições, 2018.

MOREIRA, Gilvander Luís. A luta pela terra em contexto de injustiça agrária: pedagogia de emancipação humana? Experiências de luta da CPT e do MST. 2017. Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social, Belo Horizonte, 2017.

NOGUERA, Renato. O poder da infância: espiritualidade e política em afroperspectiva. Momento-Diálogos em Educação, v. 28, n. 1, p. 127-142, 2019.

NOGUERA, Renato; ALVES, Luciana Pires. Infâncias diante do racismo: teses para um bom combate. Educação e realidade, Porto Alegre, v. 44, n. 2, p. 1-22, 2019.

PASSETTI, Edson. Crianças carentes e políticas públicas. In: Del Priore, Mary (Org.). História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2018.

PATTO, Maria Helena Souza. Desqualificação dos pobres. Estudos Avançados, São Paulo, v. 13, n. 35, p. 167-198, 1999.

RAMALHO, Bárbara; LEITE, Lúcia Helena Alvarez. Colonialidade da educação escolar: aproximação teórica e análise de práticas. Educação em Questão, Natal, v. 58, n. 58, p. 1-23, 2020.

REDEPENSSAN. Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Brasília: REDEPENSSAN, 2021.

REDEPENSSAN. Olhe para a fome. Brasília, 2022. Disponível em: https://olheparaafome.com.br/. Acesso em: 31 de dez. 2023.

ROSEMBERG, Fúlvia. Educação para quem? Ciência e Cultura, Campinas, v. 28, n. 12, p. 1466-1471, 1976.

ROSEMBERG, Fúlvia. Entrevista: Pensar Direitos Humanos: “Cidadania na Primeira Infância”, TV UFG, set. 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BkBSlOosKNg. Acesso em: 12 mar. 2021.

SARMENTO, Manuel Jacinto. Infância, exclusão social e educação como utopia realizável. Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 78, abr. 2002.

SILVA, Otavio Henrique Ferreira da. Educação Infantil em Betim (1958-2016). Rio de Janeiro: Synergia, 2016.

SILVA, Otavio Henrique Ferreira da. A (não) educação da primeira infância periférica para a cidadania: por saberes e fazeres decoloniais e emancipatórios. 2022. 409 f. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Educação, Belo Horizonte, 2022.

SILVA, Otavio Henrique Ferreira da. Cidadania e racismo: por uma emancipação afropindorâmica do Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2024.

SOARES, Ademilson de Sousa. A Educação Infantil na rede pública de ensino: por um projeto pedagógico de qualidade. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 10, n. 2, p. 511-532, 2015.

Published

2024-04-30

How to Cite

ferreira da silva, otavio henrique. (2024). coloniality and early childhood education: a critical analysis of pedagogical practices in an institution in a peripheral Brazilian context. Childhood & Philosophy, 20, 01–28. https://doi.org/10.12957/childphilo.2024.82143

Issue

Section

dossier: "confronting adultcentrism in educational philosophies and institutions"