território, infância, palavras e a fabricação de um problema: modos de habitar
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2017.26375Palavras-chave:
infância, território, movimento, devir, estiloResumo
Este relato de experiência pretende, mais do que qualquer outra coisa, fabricar um problema. Um problema que tem a ver com crianças e adultos e os mundos que compartilham em uma escola de Educação Infantil. E aqui já se coloca uma primeira questão: seriam mundos ou territórios? É possível que ao considerar as relações entre mundos e territórios e quem os cria, importe mais os movimentos que provocam do que propriamente o compartilhar algo? Ou antes, que não importe realmente o compartilhar algo; que o comum diga respeito a algo que não se traduz em um compartilhar? Um animal de estimação adotado após sua morte, e a morte de um animal; as diversas leituras de uma história; a definição de um conceito e o que diz uma palavra; uma leitura de uma imagem. Todos esses, acontecimentos em uma escola de Educação Infantil. Acontecimentos que se entrelaçam a outros. Encontrariam sentido em palavras como território, movimento, mundo, lugar, habitar, brincar? Como se entrelaçam, se atravessam, se esbarram, colidem? Nos movimentos que nos impelem a constituir territórios, em marcações, limites e fronteiras que nos constituem, encontramos pessoas, ideias, movimentos. Encontramos a nós mesmos? Outros? E que “mesmo” e que “outros” existem em nós? Atravessada, arrastada pela infância, busco um estilo a expressar esse encontro. Encontro com uma infância que faz surgir novos sentidos dos sentidos “mesmos” e “outros”, de sentidos sempre outros, a diferir. Pode a infância encontrar modos de habitar uma palavra, habitar a linguagem? Um exercício de imaginar onde se encontram territórios, infância, linguagem; onde nos encontramos. Como nomear tal lugar: comum, singular, nós-outros? Se nos constituímos em identificações que nos levam sempre a outros, a diferir, o que nos faz iguais, o que nos faz identificar nós-outros?