não mais, mas ainda: experiência, arquivo, infância
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.23357Palavras-chave:
archive, childhood, Scorched/Incendies, Wajdi MouawadResumo
A partir de uma leitura sumária da obra conhecida como Os jogadores de cartas de Caravaggio, sugere-se inicialmente uma plataforma analítica acerca dos diferentes regimes de tempo imanentes à experiência do viver e, mais especificamente, à apreensão narrativa do vivido. Eis o que estaria em questão também na peça Incêndios de Wajdi Mouawad, de 2003, bem como no filme correlato de Denis Villeneuve, de 2010, no que se refere ao tour de force operado pelos filhos da personagem Nawal, os quais herdam a tarefa de recompor a história pessoal de sua mãe e, por extensão, as suas próprias, fazendo com que passado e presente se digladiem e, então, se confundam na forja arquivística daquelas vidas. O acento argumentativo aqui ensejado volta-se não a uma possível reapropriação preservacionista da memória, mas à descontinuidade artificiosa do arquivo, segundo as acepções a este conferidas por Michel Foucault e Arlette Farge, abrindo caminho para uma perspectiva da educação como empuxo a um trânsito aberto e sempre instável com o extraordinário arquivo do mundo e as temporalidades vertiginosas nele atuantes. Calcado em tal premissa, o texto conclui propondo uma mirada em direção à infância como potência de reinvenção discursiva que os mais novos são eventualmente capazes de materializar a partir das pegadas que os mais velhos deixam para trás.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2016-06-25
Como Citar
AQUINO, Julio groppa. não mais, mas ainda: experiência, arquivo, infância. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 12, n. 23, p. 179–200, 2016. DOI: 10.12957/childphilo.2016.23357. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/23357. Acesso em: 1 maio. 2025.
Edição
Seção
dossiê