THE PENELOPIAD: A VOZ FEMININA E O REVISIONISMO CRÍTICO DA TRADIÇÃO

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Juliana Cristina Terra de Souza

Resumo

O presente artigo objetiva analisar brevemente como The Penelopiad (2005) da escritora canadense Margaret Atwood, dialoga e revisa a Odisseia de Homero. Buscar-se-á apontar de que forma Atwood ressignifica os episódios, desarticulando a figura do herói épico e re-visando, na perspectiva de Adrienne Rich (1972), as imagens cristalizadas em torno do feminino criadas pela tradição literária ocidental. Através de duas vozes narrativas, que põem em xeque, ao mesmo tempo, a benevolência de Penélope e o episódio do enforcamento das doze escravas, The Penelopiad traz a tomada da pena pela mulher não apenas como possibilidade da construção da identidade e experiência feminina, mas também, enquanto uma problematização da própria categoria “mulher”. As manifestações literárias, enquanto práticas sociais, estão conectadas com o momento histórico da sua emergência. A dupla narração na obra de Atwood, desempenha um papel na constituição da estrutura da narrativa e se relaciona com a multiplicidade do ser mulher na contemporaneidade. O externo se torna interno, como dispõe Antonio Candido (2011).

Detalhes do artigo

Como Citar
Terra de Souza, J. C. (2022). THE PENELOPIAD: A VOZ FEMININA E O REVISIONISMO CRÍTICO DA TRADIÇÃO. Caderno Seminal, (40). https://doi.org/10.12957/seminal.2021.58558
Seção
Escrita de Mulheres: prosa em línguas estrangeiras e comparatismos
Biografia do Autor

Juliana Cristina Terra de Souza, UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

Doutoranda em Estudos de Literatura pela UFSCar. É mestra pelo Programa de Pós Graduação em Estudos Literários da UNESP Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara. Bacharel e Licenciada em Letras (Português/ Inglês) pela mesma instituição. Possui graduação em História - Licenciatura Plena e concluiu especialização em Literatura Contemporânea (2015), ambos pelo Centro Universitário Barão de Mauá (2008) . Desenvolve pesquisa na área de Literatura de Língua Inglesa. Estuda temas como Literatura e Feminismo, com ênfase no revisionismo critico da tradição em autoras contemporâneas, pela perspectiva da dialética.