O ECO MATERIALIZADO: CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEOR PROFÉTICO DA CANÇÃO DE SIRUIZ

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Patrícia Tavares da Cunha FUZA
Ederson VERTUAN

Resumo

Como os sonhos esfingéticos que acometem José, filho de Jacó, na passagembíblica, também Guimarães Rosa, em seu Grande sertão: veredas (1956), “instauraa completa desordem no coração de Riobaldo” (REINALDO, 2005) a partir deuma canção entoada por alguém sem rosto, quase ausente, uma voz imaterialque ecoa pela noite e passa a pulsar em Riobaldo durante toda a sua jornada.A canção de Siruiz trata da busca do conhecimento de si e do outro através dadecifração de um enigma que engloba o “redemunho” da própria existência deRiobaldo. Ao ouvi-la, ele tem sua “iniciação”, prova do fruto proibido, mergulhanos “remansos” do São Francisco, largando a pacata vida abastada ao lado dopadrinho Selorico Mendes para lançar-se ao seu destino, à aventura da vida dejagunço e do amor proibido por Diadorim, a “moça virgem”. Envereda-se, a partirde então, no grande sertão que é o mundo. O caminho do jovem Riobaldo estátraçado e nem ele mesmo sabe. Assim como não pode fugir da força arrebatadoradaquela canção, também é impossível fugir de seu destino.

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Como Citar
FUZA, P. T. da C., & VERTUAN, E. (2014). O ECO MATERIALIZADO: CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEOR PROFÉTICO DA CANÇÃO DE SIRUIZ. Caderno Seminal, 17(17). https://doi.org/10.12957/cadsem.2012.11006
Seção
Dossiê - Literatura Fantástica: Vertentes teóricas e ficcionais do insólito