É inquestionável a função da tecnologia como ferramenta em nosso quotidiano, tornando-se indispensável em todos os âmbitos da vida de cada cidadão. Essa realidade não só transformou/transforma o mundo, mas também a sala de aula. Isto significa dizer que não estamos mais circunscritos às paredes dessa sala. A tecnologia mudou a natureza do espaço pedagógico e, por conseguinte, das práticas pedagógicas, afetando a ação comunicativa, ampliando os tipos de interação interpessoais, digitais e virtuais, o que nos exige uma mudança de paradigmas. Vemos as possibilidades de novos usos, novas metodologias e novas estratégias, sem o equacionamento da sua mais-valia no uso feita dela na escola, especificamente, nas atividades pedagógicas. Podemos dizer que, do ponto de vista dessas ações, aumentamos a frequência de uso da leitura e da escrita, sem que, efetivamente, possamos afirmar que a tecnologia venha a acrescentar (ou esteja acrescentando) algo novo a aprendizagem do/da estudante. Na verdade, a integração das tecnologias nas práticas correntes está longe de ser uma veracidade, bem como são desconhecidas as direções que seu uso poderá tomar, pedagogicamente. Dessa forma, pensar a constituição do currículo de língua materna, especificamente, o currículo de leitura e de escrita, de forma análoga à formação docente, incluindo, nessa formação, o uso produtivo das tecnologias é premente. É necessário proporcionar situações e ambientes de aprendizagem que tenham como objetivo a planificação curricular, a efetiva integração das tecnologias ao desenvolvimento das habilidades discursivas dos/ das estudantes, a fim de se oportunizar o desenvolvimento de competências digitais com vista à proficiência da leitura e da escrita em novos meios e suportes. Que ações efetivas estão sendo realizadas em salas de aula em diferentes países para o real desenvolvimento dos estudantes da escola básica? De que forma as teorias linguísticas e das Ciências da Educação contribuem para o aprimoramento docente em suas práticas pedagógicas? Que competências, efetivamente, são necessárias para o aprimoramento da performance dos estudantes nos diferentes anos de escolaridade? Há processos interdisciplinares? Qual a relação da tecnologia com o desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita? O presente dossiê objetiva reunir pesquisas para esse objeto de investigação, em artigos em língua portuguesa, inglesa ou espanhola, que abordem, criticamente, essa relação entre currículo de leitura e de escrita, tecnologias digitais e formação docente.