KENTOSHI E O APOCALIPSE ATÔMICO
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Abstract
Conforme o mundo avança em um caminho cada vez mais incontornável na direção de uma crise climática irreversível, vemos popularizarem-se ficções apocalípticas e pós-apocalípticas que se propõem a imaginar as consequências extremadas do antropoceno nas condições de vida do nosso planeta. No entanto, não é a primeira que a ficção experimenta uma intensa produção de obras do gênero. Ao longo do século XX, sobretudo após o ataque de Hiroshima e Nagazaki, produzimos por décadas uma ficção apocalíptica dedicada a pensar a recém-descoberta capacidade do homem de aniquilar o planeta de forma mais rápida e fulminante: por meio das bombas atômicas. Enquanto o fim da Guerra Fria levou a um progressivo abandono dessa temática na ficção, o trágico acidente de Fukushima, ao menos localmente, trouxe à superfície certos traumas nacionais que encontraram novamente na ficção uma forma de refletir sobre os horrores do apocalipse nuclear. Uma dessas obras é o romance Kentoshi (献灯使), de Yoko Tawada, publicado em 2014 e, posteriormente traduzido para o inglês como The Last Children of Tokyo, ainda sem edição em português. Pretendemos, assim, colocar em diálogo o romance de Tawada com a tradição dos apocalipses atômicos, analisando os caminhos que a autora escolheu para retomar a reflexão sobre esse tema na cultura japonesa.
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