O GÓTICO E A FIGURA DO DUPLO EM "USS CALLISTER"
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Abstract
Este artigo tem como objetivo investigar a forma como a figura do duplo é representada no cenário da ficção científica, focando na busca pelo controle que essa figura possibilita ao Homem e como ela revela a monstruosidade do humano. Para tal análise, o episódio “USS Callister” (2017), da série de televisão britânica Black Mirror, será utilizado. Por ser um produto de ficção científica, a criação de um duplo é possível através da reprodução do Eu, através de procedimentos tecnológicos. É interesse deste artigo analisar as consequências desta reprodução: a objetificação do Outro, para benefício próprio, e também a busca excessiva pelo controle e poder. No que diz respeito à literatura, Julian Wolfreys (2002), utilizando o conceito de unheimlich de Freud (2010), analisa a ameaça que o duplo é capaz de despertar no Eu original. Ele observa que, ao mesmo tempo em que o elemento inquietante vem de um lugar familiar, ele fora reprimido; o que assombra o indivíduo é a volta do que foi renegado. Já, em “USS Callister”, por sua vez, o duplo não é a única figura que assombra; o Homem assume essa posição quando decide criar cópias humanas, com o propósito de explorá-las para satisfação pessoal. Nessa inversão de papéis, em que a figura monstruosa consiste no ser humano e a vítima é representada pelo duplo, portanto, este artigo não só se propõe a investigar como a representação do duplo é possível dentro da ficção científica, mas também como ela é capaz de revelar um lado sombrio e cruel no Homem, uma vez que ele se mostra disposto a objetificar uma parte do Outro para se beneficiar, de alguma maneira.
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Zitationsvorschlag
MOURA, Victoria Barros; SASSE, Pedro. O GÓTICO E A FIGURA DO DUPLO EM "USS CALLISTER". Abusões, Rio de Janeiro, v. 12, n. 12, 2020. DOI: 10.12957/abusoes.2020.47826. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/abusoes/article/view/47826. Acesso em: 1 mai. 2025.
Rubrik
A distopia e o gótico

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