Avaliação da Educação Permanente em Saúde: uma revisão de escopo
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.86018Palavras-chave:
Educação Permanente, Educação Contínua, Estudos de Avaliação, Avaliação da Pesquisa em Saúde, Avaliação de Processos e Resultados na área da SaúdeResumo
A Educação Permanente em Saúde promove a reflexão crítica e a troca de saberes entre os profissionais, contribuindo para o desenvolvimento e maior eficácia da atenção à saúde da população. O objetivo deste artigo é descrever uma revisão de escopo, para responder à questão: O que se tem pesquisado a respeito da avaliação da Educação Permanente em Saúde na América Latina e Caribe. A Revisão seguiu os passos de Peters (2020), com dados gerenciados pelo Rayyan e triagem por pares. Foram selecionados 16 artigos, evidenciando que a avaliação da EPS tem sido objeto de investigação e publicação crescente na literatura, com predominância de produções advindas do Brasil em relação aos outros países Latino Americanos e do Caribe. Os objetos se concentram principalmente na percepção dos profissionais a respeito das ações desenvolvidas. A abordagem metodológica tem sido desenvolvida tanto na perspectiva quantitativa quanto qualitativa com predominância dos estudos quantitativos. Observa-se pouco conhecimento da PNEPS pelos profissionais; no entanto a aplicação dos conhecimentos construídos na prática ocorre apesar dos obstáculos existentes. A EPS é reconhecida como instrumento de empoderamento, melhoria da qualidade de vida e criadora de espaço de socialização. Características específicas e análise de novos instrumentos de avaliação, bem como validação e adaptação transcultural de instrumentos já existentes são descritos. Iniciativas como a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e o Programa Pró-EPS-SUS têm sido fundamentais para o aumento das publicações. A continuidade de pesquisas sobre o tema é importante para avançar na busca de evidências do impacto destes programas.
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