Fatores de risco para transfusão de sangue em capital do nordeste brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.77240

Palavras-chave:

Fatores de risco, Transfusão de sangue, Sangue, Segurança do paciente., Predição

Resumo

A transfusão de sangue representa custo aproximado de US$ 3 bilhões anuais e riscos potenciais de complicações agudas e transmissão de infecções. Softwares para análise de fatores de risco e auditoria da prática favorecem uso racional e auxiliam na implementação de guidlines, com vistas a qualidade hospitalar e segurança do paciente. O objetivo foi analisar  fatores de risco associados à transfusão em hospital de uma capital do Nordeste Brasileiro. Materiais e Métodos: Estudo analítico quantitativo realizado por meio do Sistema de Gestão de Estudos Modular Research System – Sistema de Gestão de Estudos (Srs-SMS) com 1038 registros de 2015 a 2018, após randomização pelo sistema, foram auditadas 61 solicitações. Análise de regressão logística multivariada foi usada para analisar os fatores de risco. O teste t de Student e exato de Fisher foram utilizados na análise das variáveis e correlações, a de Spearman. Resultados: pacientes com diagnóstico de doenças ósseas, 40,26% cirúrgicos ortopédicos (-,881) e doenças cardiovasculares são mais propensos a serem transfundidos. Auditoria apontou conduta liberal no gatilho transfusional, 10mg/dl de hemoglobina e 27 de hematócrito, com média de 318 ml e ausência significativa de dados no preenchimento das solicitações. Idade, sexo masculino e fraturas foram maiores preditores de risco para transfusão. Conclusão: percentual significativo das transfusões está em desacordo com  recomendações das diretrizes. Há necessidade  análise mais precisa e individualizada. Auditoria, software para prever riscos e treinamento para gerenciamento tornarão o processo mais seguro e reduzirão as transfusões.

Biografia do Autor

Lidyane Rodrigues Oliveira Santos, UFPI

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (2011).Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UFPI . Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UFPI. Atuou como Preceptora de Estágio na Faculdade Santo Agostinho-FSA. Professora do Instituto Camillo Filho(ICF). Professora da Faculdade Estácio Teresina. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa do ICF. Coordenadora do Laboratório Maria da Penha do ICF. Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Enfermagem do ICF. Professora de Ensino Basico/Tecnico MEDIOTEC/ PRONATEC, Graduação e Pos-Graduação em Enfermagem. Realizou consultorias e participou da equipe de elaboração de Projeto Politico Pedagógico do Curso de Enfermagem do Centro de Ensino Unificado do Piauí, CEUPI. Atualmente é Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem do CEUPI Revisora ad doc da Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste.Revisora ad doc da UNIFAMAZ. Membro do Corpo Editorial da Revista Acreditação.Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem Clinica e Vigilância, atuando principalmente nos seguintes temas: segurança do paciente; transfusão de sangue;gestão de risco, indicadores de qualidade e infecção

Jose Wicto Pereira Borges, UFPI

Graduação em Enfermagem (2005-2008), Mestrado (2011-2012) e Doutorado (2014-2016) em Cuidados Clínicos em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará com período sanduíche no Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professor Adjunto nível 4 do Departamento de Enfermagem e dos Programas de Pós Graduação Stricto sensu: 1) Saúde e Comunidade e 2) Enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Editor-Chefe da Revista de Enfermagem da UFPI e Editor Associado da Revista Mineira de Enfermagem. Tem interesse em pesquisas que envolvam: estudos metodológicos, desenvolvimento e validação de instrumentos e epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis.

Grazielle Roberta Freitas da Silva, UFPI

Enfermeira, no ano de 2003 pela Universidade Federal do Ceará(UFC). Mestre em Enfermagem Clínico-Cirúrgica(UFC/2005). Doutora em Enfermagem (UFC/2009). Pos-Doutorado em Enfermagem /PROCAD UFPI/UFPE/UFC(2015/2017). É professora Associada IV da Universidade Federal do Piauí(UFPI), ministrando as disciplinas de Enfermagem Fundamental, Metodologia da Assistência, Estágio Curricular na graduação. E, Bases Teóricas e Filosóficas do Cuidar, Tópicos de pesquisa, dentre outras, no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPI(PPGENF-UFPI). ViceCoordenadora do PPGENF-UFPI(Ato: 298/19). Coordenadora Doutorado Interinstitucional - DINTER UFPI/UESPI. Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas PROBAS(Projeto de Boas Práticas em enfermagem)- Diretório de Pesquisa/CNPq. Atualmente tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem Clínica, atuando principalmente nos seguintes temas: Boas Práticas de Enfermagem. Cuidar. SAE. Teorias de Enfermagem. Instrumentos de medida em enfermagem

Cesar de Almeida Neto, UFPI

Possui graduação em Medicina pela Universidade de Santo Amaro (1986), mestrado em Medicina (Hematologia-USP) em 1998, doutorado em Ciências (Hematologia-USP) em 2008 e Livre-Docência pelo Instituto de Medicina Tropical-USP em 2017. Atualmente é médico hemoterapeuta do Hospital Nove de Julho e chefe de departamento da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo. Orientador da Disciplina de Ciências Médicas da FMUSP e professor de medicina na Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Hemoterapia, atuando principalmente nos seguintes temas: doadores de sangue, hemoterapia, doenças transmissíveis por sangue, triagem sorológica, aféreses, gerenciamento transfusional de pacientes (PBM). Participou como cientista visitante do curso de curta duração "Writing Sabbatical" realizado pelo Center for AIDS Prevention Studies da Universidade da Califórnia-UCSF/EUA (2006). Investigador Principal do Retrovirus Epidemiology Study (REDS-II, II e IV) em São Paulo desde 2011. Participante do 2017 Clinical Research Training Institute e do 2019 Advanced CRTI-LA promovidos pela American Association of Hematology (ASH). Membro fundador do Brazilian PBM Working Group. Em 2018 participou do "Mentoring of Mentors" no Institute for Global Health, UCSF. Membro do Comitê de Aféreses da aaBB (American Association for Advancing Transfusion and Cellular Therapies Worldwide). FInalista do Prêmio Saúde Abril, categoria Saúde e Prevenção (2013) e Prêmio Abril-DASA categoria Inovação (2019).

Fernanda Valeria Silva Dantas Avelino, UFPI

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (1991), Especialização em Enfermagem Médico-cirúrgica pela Universidade Federal do Piauí - UFPI(1995), Especialização em educação profissional na área de Enfermagem pela Escola Nacional de Saúde Publica - ENSP(2003), Especialização em Gestão dos Hospitais Universitários Federais no SUS(2014) pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do hospital Sírio Libanês, IEP-HSL . Mestrado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ (1999) e Doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ (2007). Atualmente é professora associada IV da Universidade Federal do Piauí (UFPI), ministrando as disciplinas Semiologia e semiotécnica para enfermagem e Seminário de Pesquisa II na graduação, e a disciplina Oficina de Produção do Conhecimento em Saúde e Enfermagem no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI).Líder do grupo de Pesquisa sobre Segurança do Paciente e Sistematização da Assistência de Enfermagem (GPESP-SAE). Foi Membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPEX-UFPI(2021/2022) e membro da Câmera de Graduação-CAMEN da UFPI(2021/2022). Trabalaha na linha de pesquisa Processo de cuidar em saúde e enfermagem, tendo como área de investigação saúde do adulto, sistematização da assistência do paciente e segurança do paciente, atuando principalmente nos seguintes temas: segurança do paciente, boas praticas e qualidade da assistência de enfermagem, saúde dos grupos humanos, enfermagem e família, urgência e emergência, saúde do adulto, sistematização da assistência de enfermagem e ensino.

Referências

ACUÑA AJ, GRITS D, SAMUEL LT, EMARA AK, KAMATH AF. Perioperative Blood Transfusions Are Associated with a Higher Incidence of Thromboembolic Events After TKA: An Analysis of 333,463 TKAs. Clin OrthopRelat Res. 2020 Disponível em:< https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33165044/>. Acesso em 10 de jun. 2021.

BITTENCOURT R, COSTA J, LOBO JEO, AGUIAR FC. Consciously transfusion of blood products. Systematic review of indicative factors for blood components infusion's trigger. Rev. Bras. Anestesiol. 2012.Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rba/a/dGdPbBgqCdG3SrQ4pgFsqjD/?format=pdf&lang=en>. Acesso em 05 de mar. 2021.

BURCHARD R, DAGINNUS A, SOOST C, SCHMITT J, GRAW JA. Diferenças de gênero na estratégia de transfusão de sangue para pacientes com fratura de quadril - uma análise retrospectiva. Int J Med Sci . 2020; Disponível em:<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32210711/>. Acessso em 15 de fev 2021.

CARSON, JL MD; GUYATT, G MD; HEDDLE, NM et al. Clinical Practice Guidelines From the AABB: Red Blood Cell Transfusion Thresholds and Storage. JAMA. Published online October 12, 2016. Disponível em: < https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27732721/> Acessso em 15 de fev 2021.

CHANG WK, TAI YH, LIN SP, WU HL, CHAN MY, CHANG KY. Perioperative blood transfusions are not associated with overall survival in elderly patients receiving surgery for fractured hips. J Chin Med Assoc. 2019. Disponível em: < https://europepmc.org/article/med/31356570>. Acesso em 05 de mar. 2021.

ILIOPOULOS E, YOUSAF S, WATTERS H, KHALEEL A. Hospital stay and blood transfusion in elderly patients with hip fractures. J PerioperPract. 2017. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29328790/ > Acesso em 08 de mar. 2021

ISIDORO, Regiane Evangelista Chaves et al .Solicitação de reserva e preditores para hemotransfusão em cirurgias eletivas de fratura de fêmur. Texto contexto - enferm., Florianópolis , v. 28, e20180129, 2019. <https://www.scielo.br/j/tce/a/BGHkBydKP5KYxygYHWVVF9C/abstract/?lang=pt> Acesso em 10 de mar. 2022.

LLEWELYN CA, WELLS AW, AMIN M, CASBARD A, JOHNSON AJ, BALLARD S, BUCK J, MALFROY M, MURPHY MF, WILLIAMSON LM. The EASTR study: a new approach to determine the reasons for transfusion in epidemiological studies. Transfus Med. 2009. Disponivel em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19392950/> Acesso em 22 de mar. 2022.

MORRIS MC, NIZIOLEK GM, BAKER JE, HUEBNER BR, HANSEMAN D, MAKLEY AT, PRITTS TA, GOODMAN MD. Death by Decade: Establishing a Transfusion Ceiling for Futility in Massive Transfusion.J Surg Res. 2020. Disponível em: https://www.wjgnet.com/2218-6182/CitedArticlesInF6?id=10.1016%2Fj.injury.2014.01.016 Acesso em 07 de abril de 2022.

POZO AE, PÉREZ-ROSALES MD, ALMEIDA-NETO CD, REMESAR MC, CORTES AD, DELGADO RB, MENDRONE A JR, SABINO E. A comprehensive protocol to evaluate the use of blood and its components in Latin America and the Caribbean. Rev Panam Salud Publica. 2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26245180/ .Acesso em 17 outubro de 2022.

RHEE C, LETHBRIDGE L, RICHARDSON G, DUNBAR M. Risk factors for infection, revision, death, blood transfusion and longer hospital stay 3 months and 1 year after primary total hip or knee arthroplasty. Can J Surg. 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5973904/ Acesso em 08 de novembro de 2022.

RILEY WJ, MCCULLOUGH TK, RHAMANI AM, MCCULLOUGH J. Progress in the blood supply of Afghanistan. Blood donors and blood collection. 2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28585233/. Acesso em 20 de dezembro de 2022.

SKALICZKI G, SZATMÁRI A, SALLAI I, ANTAL I, KISS B, BEJEK Z, HOLNAPY G, MAJOR T, CZIRÓK G, TEREBESSY T. A vértranszfúziógyakorisága primer csípőprotézis-beültetésután [Prevalenceofbloodtransfusionafterprimary total hip arthroplasty]. Orv Hetil. 2020.Disponível em: http://real.mtak.hu/108069/1/650.2020.31619.pdf. Acesso em 07 de janeiro de 2023.

WARE AD, JACQUOUT C, TOBIAN AAR, GEHRIE EA, NESS PM, BLOCH EM. Pathogen reduction and blood transfusion safety in Africa: strengths, limitations and challengs of implementation in low-resource settings. VoxSanguinis . 2018. Disponível em: < https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/vox.12620> Acesso em 20 de novembro de 2022.

YOKOHAMA A, et al. Differences among hemoglobin thresholds for red blood cell transfusions in patients with hematological diseases in teaching hospitals: a real world data in Japan. Int J Hematol. 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32683598/. Acesso em 08 de março de 2023.

YUDELOWITZ B, SCRIBANTE J, PERRIE H, OOSTHUIZEN E. Knowledge of appropriate blood product use in perioperative patients among clinicians at a tertiary hospital. Health Sa Gesonendheid. 2016. Disponível em: < http://www.scielo.org.za/scielo.php?pid=S2071-97362016000100034&script=sci_abstract> Acesso em 05 de fevereiro de 2021.

Downloads

Publicado

16-07-2025

Como Citar

Santos, L. R. O., Borges, J. W. P., Silva, G. R. F. da, Neto, C. de A., & Avelino, F. V. S. D. (2025). Fatores de risco para transfusão de sangue em capital do nordeste brasileiro. Revista Sustinere, 13(1), 166 – 180. https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.77240