Análise da distribuição espacial de óbitos por doença renal crônica/COVID-19, Brasil, 2020-2021
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2024.73524Palavras-chave:
Insuficiência Renal Crônica, Mortalidade, COVID-19, Estudos EcológicosResumo
A doença renal crônica (DRC) é considerada uma comorbidade que representa fator de risco para complicações pela COVID-19, associada a altas taxas de mortalidade no mundo. O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição espacial dos óbitos por DRC/COVID-19 na população adulta no Brasil nos anos de 2020-2021. Trata-se de estudo ecológico de óbitos por DRC/COVID-19 no Brasil ocorridos em 2020 e 2021, registrados no sistema de informação sobre mortalidade (SIM). O estudo descreve os óbitos por DRC/COVID-19 notificados no país, apresentando análise descritiva dos dados, incluindo imputação preditiva devido a incompletudes do banco de dados utilizado, cálculos de mortalidade proporcional por causa e também por óbitos totais, e visualização espacial dos achados distribuídos pelas unidades federativas brasileiras, em todo seu contexto utilizando ferramentas do software R. Em 2020 houve 36.604 óbitos por DRC em adultos, e destes, 9,6% com COVID-19. Em 2021, os óbitos por DRC chegaram a 39.391, sendo 5.614 (14,2%) com registro de COVID-19. Os óbitos por DRC/COVID-19 foram mais frequentes em homens, pessoas de 60 a 79 anos, nível de escolaridade fundamental, raça/cor parda, e estado civil casado, em ambos os anos de estudo. As taxas de mortalidade proporcional por causa e as taxas de mortalidade proporcional por óbitos foram heterogêneas entre os estados, destacando-se os estados da região Norte que apresentou as maiores proporções durante os dois anos estudados, enquanto houve queda nos estados da região Nordeste em 2021. Ressalta-se o aumento proporcional dos óbitos por DRC/COVID-19 no país em 2021 comparado a 2020.
Referências
AGUIAR, L. K.; et al. Factors associated with chronic kidney disease: Epidemiological survey of the national health survey. Revista Brasileira de Epidemiologia, [s. l.], v. 23, p. 1–15, 2020. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/1980-549720200044 >. Acesso em 18 out. 2022.
ANDRADE, C. M.; ANDRADE, A. M. S. Perfil da morbimortalidade por doença renal crônica no Brasil. Rev. Saúde Pública. v.44, n.2, p.38-52. 2020. Disponível em:< https://doi.org/10.22278/2318-2660.2020.v44.n2.a2832 >. Acesso em 18 out. 2022.
BELLO, A. K; et al. Avaliação do Estado Global de Cuidados de Saúde Renal. JAMA. v.317, n.18, p.1864–1881. 2017. Disponível em:< https://doi.org/10.1001/jama.2017.4046 >. Acesso em 18 out. 2022.
BRANCO, M. R. F. C.. Excesso de mortes no Brasil durante a pandemia de Covid-19. In: Paulo César Carbonari; Nara Aparecida Peruzzo; Enéias da Rosa. (Org.). Violações dos direitos humanos no Brasil: denúncias e análises no contexto da Covid-19. 1ed.Passo Fundo, RS: Editora Acadêmica do Brasil - EAB Editora, 2021, v. , p. 23-33. Disponível em: < https://zenodo.org/record/5643632#.Y_azpCbMLrc>. Acesso em 15 fev. 2023.
BRANCO, C. G.; et al. Apresentação e desfechos de pacientes com doença renal crônica com COVID-19. Braz. J. Nephrol. v.44, n.3, p. 321-328. 2021. Disponível em: < DOI: https://doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-2021-0071 >. Acesso em 18 out. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Plano Nacional de operacionalização da vacinação contra a COVID-19. 2020. Disponível em:< https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2020/dezembro/16/plano_vacinacao_versao_eletronica-1.pdf >. Acesso em 18 out. 2022.
BRASIL. Resolução no 466, de 12 de dezembro de 2012[S. l.: s. n.], 2012.
CARVALHO, C. A.; PINHO, J. R. O.; GARCIA, P. T. A Epidemiologia no âmbito do SUS. In: Epidemiologia: conceitos e aplicabilidade no Sistema Único de Saúde (pp. 24-30) / Regimarina Soares Reis (Org.). - São Luís: EDUFMA, 2017. Disponível em: <https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/9070>. Acesso em 11 out. 2022.
COHEN, J. Statistical Power Analysis for the Behavioral Sciences. 2.ed. 1988.
CONSELHO ERA-EDTA; GRUPO DE TRABALHO ERACODA. A doença renal crônica é um fator de risco fundamental para o COVID-19 grave: um chamado à ação pelo ERA-EDTA. Transplante de Discagem de Nephrol. v.36, n.1, p.87-94. 2021. Disponível em:< https://academic.oup.com/ndt/article/36/1/87/6041849 >. Acesso em 11 out. 2022.
CONSELHO NACIONAL DOS SECRETÁRIOS DE SAÚDE - CONASS. Painel de análise do excesso de mortalidade por causas naturais no Brasil. 2022. Atualizado em 29/09/22. Disponível em: < https://www.conass.org.br/indicadores-de-obitos-por-causas-%20naturais/ >. Acesso em 11 out. 2022.
CREWS, D.C.; PFAFF, T.; POWE, N. R. Socioeconomic factors and racial disparities in kidney disease outcomes. Semin Nephrol. v.33, n.5, p.468-475. 2013. Disponível em:< https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24119852/ >. Acesso em 03 jan. 2023.
CREWS, D. C.; BELLO, A. K.; SAADI, G. Editorial do Dia Mundial do Rim de 2019 – carga, acesso e disparidades na doença renal. Braz. J. Nephrol., v. 41, n. 1, p. 1-09, fevereiro de 2019. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/jbn/a/8JLnj95CnTcJdXv7BtCDJpn/citation/?lang=en >. Acesso em 11 out. 2022.
FREITAS, E. B.; BASSOLI, F. A.; VANELLI, C. P. Perfil Sociodemografico de indivíduos portadores de doença renal crônica em tratamento dialítico: estudo descritivo. HU Revista, [S. l.], v. 39, n. 1 e 2, 2014. Disponível em:< https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2023 >. Acesso em: 23 jan. 2023.
GLOBAL BURDEN OF DISEASE STUDY. 2019. Disponível em: < https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/# >. Acesso em 11 Jan. 2023.
GOICOECHEA M.; et al. COVID-19: clinical course and outcomes of 36 hemodialysis patients in Spain. Kidney Int [Internet]. v.98, n.1, p.27-34. 2020. Disponível em:< https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32437770 >. Acesso em 11 Jan. 2023.
HILL, N. R.; et al. Prevalência Global de Doença Renal Crônica - Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise. PLoS One. v.11, n.7, e0158765. 2016. Disponível em:< https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27383068 >. Acesso em 11 Jan. 2023.
HUNT K.; et al. Do women consult more than men? A review of gender and consultation for back pain and headache. J Health Serv Res Policy. v. 16, n.2, p. 08-17. 2011. Disponível em:< DOI: https://doi.org/10.1258/jhsrp.2010.009131 >. Acesso em 11 Jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Território: divisão política. [S. l.], 2021. Disponível em: <https://brasilemsintese.ibge.gov.br/en/territorio/divisao-politica.html>. Acesso em 08 Jul. 2022.
MARTINS, C. T. B. SBN 2017 Censo. SBN, [s. l.], v. 144, p. 1–2, 2018.
MICHELON, C. M. Principais variantes do SARS-CoV-2 notificadas no Brasil. RBAC. v.53, n.2, p. 109-116. 2021. Disponível em:< https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/12/1348661/rbac-vol-53-2-2021_artigo01_principais-variantes.pdf >. Acesso em 08 Out. 2022.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10. Versão 1.6c. São Paulo: CREMESP; 1998. Disponível em: < cremesp.org.br/pdfs/cid10_ultimaversaodisponivel_2012.pdf >. Acesso em 08 Out. 2022
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. COVID-19 – Mapas de ocorrências (atualização contínua). Panorama Mundial. 2022a. Atualização em 22/02/2023. Disponível em:< https://covid19.who.int/ >. Acesso em 22 Fev. 2023.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. Painel Covid-19 (Brasil). 2022b. Atualizado em 11/10/22. Disponível em: < https://covid19.who.int/region/amro/country/br >. Acesso em 08 Out. 2022.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. 14,9 milhões de mortes em excesso associadas à pandemia COVID-19 em 2020 e 2021. 2022c. Disponível em:< https://www.who.int/news/item/05-05-2022-14.9-million-excess-deaths-were-associated-with-the-covid-19-pandemic-in-2020-and-2021 >. Acesso em 08 Out. 2022.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE - OPAS. Histórico da pandemia de COVID-19. 2022. Disponível em: < https://www.paho.org/pt/covid19 >. Acesso em 08 Out. 2022.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE - OPAS. Pessoas com mais de 60 anos foram as mais atingidas pela COVID-19 nas Américas. Set. 2020a. Disponível em:< https://www.paho.org/pt/noticias/30-9-2020-pessoas-com-mais-60-anos-foram-mais-atingidas-pela-covid-19-nas-americas>. Acesso em 08 Out. 2022.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE - OPAS. Transmissão do SARS-CoV-2: implicações para as precauções de prevenção de infecção. Resumo científico. 9 de julho de 2020b. Disponível em:< https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/52472/OPASWBRACOVID1920089_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 08 Out. 2022.
OZTURK, S.; et al. Mortality analysis of COVID-19 infection in chronic kidney disease, haemodialysis and renal transplant patients compared with patients without kidney disease: A nationwide analysis from Turkey. Nephrology Dialysis Transplantation, [s. l.], v. 35, n. 12, p. 2083–2095, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.1093/NDT/GFAA271>. Acesso em 20 out. 2022.
PEREIRA, F. A. C. et al. Perfil da COVID-19 no Brasil: Fatores de Risco e Vulnerabilidade Socioeconômica Associada ao Desfecho da Doença. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.4081979>. Acesso em 15 out. 2022.
PINHO, N. A.; SILVA, G. V.; PIERIN, A. M. G. Prevalência e fatores associados à doença renal crônica em pacientes internados em um hospital universitário na cidade de São Paulo, SP, Brasil. Jornal Brasileiro de Nefrologia [online]. v.37, n.1, p.91-97. 2015. Disponível em:< https://doi.org/10.5935/0101-2800.20150013>. Acesso em 20 out. 2022.
SILVA, G. A.; JARDIM, B. C.; LOTUFO, P. A. Mortalidade por COVID-19 padronizada por idade nas capitais das diferentes regiões do Brasil. Cad. Saúde Pública v.37, n.6, e00039221. 2021. Disponível em:< https://doi.org/10.1590/0102-311X00039221 >. Acesso em 20 out. 2022.
SOUSA, M. D. R. Principais medidas de magnitude do efeito utilizadas na comparação de dois grupos. Brasília: UNB. 2018.
SSENTONGO, P.; et al. Association of cardiovascular disease and 10 other pre-existing comorbidities with COVID-19 mortality: A systematic review and meta-analysis. PLoS ONE, [s. l.], v. 15, n. 8, p. 1–16, 2020. Disponível em: < https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32845926 >. Acesso em 26 Ago. 2021.
TEIXEIRA, F. I. R.; et al. Sobrevida de pacientes em hemodiálise em um hospital universitário. J Bras Nefrol [online]. v.37n.1, p.64-71. 2015. Disponível em:< https://doi.org/10.5935/0101-2800.20150010 >. Acesso em 26 Ago. 2021.
TODT, M. Os riscos da flexibilização de medidas restritivas: Covid-19. Entrevista concedida à empresa S.O.S. Vida em 02 de junho de 2021. Disponível em:< https://sosvida.com.br/blog/flexibilizacao-medidas-restritivas-pandemia/>. Acesso em 20 out. 2022.
VIGNOLI, R. G.; et al. Movimento antivacina e hesitação vacinal na covid-19: reflexões e percepções para a ciência da informação. Inf. Inf. v.27, n.1, p.457-484. 2022. Disponível em:< https://doi.org/10.5433/1981-8920.2022v27n1p457 >. Acesso em 20 out. 2022.
ZAMBONATO, T. K.; THOMÉ, F. S.; GONÇALVES, L. F. S. Perfil Socioeconômico dos Pacientes com Doença Renal Crônica em Diálise na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Braz. J. Nephrol. v.30, n.3, p.192-199. 2008 Disponível em:< https://bjnephrology.org/wp-content/uploads/2019/08/jbn_v30n3a5.pdf >. Acesso em 20 out. 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Sustinere

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista Sustinere pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Revista SUSTINERE.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição da autoria original obrigatória, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 4.0 adotado pela revista.

A Revista Sustinere está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.