Quais determinantes individuais e sociais estão associados ao relato de testagem positiva para COVID-19 em comunidades universitárias brasileiras?
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2022.60673Palavras-chave:
Coronavírus, Pandemias, Saúde, Estudos transversais.Resumo
Introdução: A pandemia da COVID-19 afetou a comunidade universitária brasileira, desta forma o conhecimento acerca das características individuais e sociais que determinam o adoecimento desse grupo é essencial. Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores associados ao relato de testagem positiva para a COVID-19 em comunidade universitária brasileira. Métodos: Realizou-se a análise da linha de base de um estudo longitudinal conduzido em 2020, com discentes docentes e técnicos em 11 instituições de ensino superior. O relato de testagem positiva para COVID-19 e demais variáveis investigadas foram coletadas por um questionário on-line. As razões de prevalências (RP) foram empregadas como medida de associação nas análises brutas e ajustadas. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Participaram 4.809 voluntários e desse total 3,8% relataram testagem positiva para COVID-19. Menores prevalências desse relato foram observadas para todas as regiões quando comparada a região Norte, e com maiores prevalências em mulheres (RP: 1,59; IC95%: 1,14–2,22), com o aumento da idade (RP: 1,02; IC95%: 1,01–1,03), de cor da pele preta (RP: 1,93; IC95%: 1,20–3,08) e parda (RP: 1,67; IC95%: 1,15–2,43), ter companheiro e não estar em distanciamento social (RP: 2,09; IC95%: 1,50–2,92). Conclusão: Conclui-se que quatro em cada 10 membros da comunidade universitária relataram ter testado positivo para a COVID-19. A ocorrência da infecção foi frequente na região Norte, em mulheres, com o aumento da idade e com companheiro, que se autodeclararam com cor da pele preta/parda e não estavam em distanciamento social.
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