Panorama nacional dos métodos de ensino das escolas médicas: uma avaliação dos métodos de ensino formalmente adotados pelas instituições brasileiras

Resumo

Nas últimas décadas, as Instituições de Ensino Superior têm se empenhado em adequar o ensino médico aos novos paradigmas educacionais, integrando novas ferramentas e métodos ativos ao processo de ensino-aprendizagem. O objetivo do presente estudo foi avaliar os métodos de ensino, formalmente adotados no processo de ensino-aprendizagem dos cursos de Medicina no país. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório com abordagem quantitativa e analítica. Os dados foram obtidos mediante consulta ao portal das Escolas Médicas do Brasil, Projeto Pedagógico de Curso e website institucional. Das 258 escolas analisadas, 200 (77,5%) adotaram como método central de ensino as metodologias ativas de aprendizagem. As regiões Norte (94,7%) e Nordeste (83,6%) foram as que concentraram a maior quantidade de instituições que incorporaram, formalmente, metodologias que privilegiem a participação ativa em comparação ao método tradicional de ensino. Ademais, os métodos ativos foram observados em maior frequência em instituições privadas (80,8%) e em municípios de pequeno/médio porte (82,6%), demonstrando um movimento crescente dos cursos em se adequar aos métodos ativos de ensino. As escolas médicas mais recentes, criadas a partir de 2013, foram as que apresentaram os maiores índices de métodos ativos comparado ao tradicional (94,1% versus 75%, p=0,014). Apesar dos avanços, a inclusão dos métodos ativos nos currículos médicos ainda é um grande desafio, pois a integração de metodologias ativas de aprendizagem requer coerência com a proposta pedagógica do curso, avaliação, planejamento e engajamento dos múltiplos sujeitos sociais que participam deste processo pedagógico.