(Im)possibilidades na gestão da saúde e segurança de uma equipe de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva - UTI de um hospital no interior de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2022.55998Palavras-chave:
Ergonomia. Ergologia. Equipe de Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva.Resumo
Este artigo tem como objetivo identificar as estratégias de regulação, individuais e coletivas, adotadas por uma equipe de enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para gerir as variabilidades e atingir os objetivos produtivos e de gestão da saúde e segurança no setor e no contexto analisado. A metodologia empregada no estudo tem embasamento na Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e na Ergologia. Como resultado, ficou evidenciado que estratégias individuais e coletivas são realizadas a todo o momento para suprir as variabilidades impostas pelo meio, gerir os riscos do processo, que é complexo e que demanda uma necessária cooperação do coletivo, cuja regulação se efetiva na ressingularização frente às normas locais, necessárias para a construção e atualização de saberes frente ao risco e constrangimentos impostos, além do excesso de rotatividade que causa impactos no setor, como perda de saberes, valores e desestruturação desse coletivo, que é estruturante.
Referências
ALMEIDA, I.; VILELA, R. A. G. Modelo de análise e prevenção de acidente de trabalho: MAPA. Piracicaba: CEREST. 2010.
ANTUNES, R. (org.). A dialética do trabalho. Escritos de Marx e Engels. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
AREOSA, J. A importância das percepções de riscos dos trabalhadores. International Journal on Working Conditions, n. 3, p. 54-64, 2012.
CALVO, D. S. C. ; FERREIRA, J. A. ; CUNHA, D. M. ; MENDES, D. P. The complexity and contradictions of the right to refuse to do hazardous work in the Surgical Center of a hospital. WORK - A Journal of Prevention Assessment & Rehabilitation, v. 71, p. 761-770, 2022. Disponível em: < https://content.iospress.com/articles/work/wor210073>. Acesso em: 30 de setembro de 2022.
CAMELO, S. H. H. Competência profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de Terapia Intensiva: Uma revisão Integrativa. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 20, n. 1, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-11692012000100025>. Acesso em: 8 de outubro de 2020.
CUNHA, D. M. Notas conceituais sobre atividade e corpo-si na abordagem ergológica do trabalho. GT: Trabalho e Educação / n.09. Agência Financiadora: CNPq/FAPEMIG. 2007. Disponível em: <https://www.anped.org.br/biblioteca/item/notas-conceituais-sobre-atividade-e-corpo-si-na-abordagem-ergologica-do-trabalho>. Acesso em: 8 de outubro de 2020.
CUNHA, D. M. Ergologia e psicossociologia do trabalho: desconforto intelectual, interseções conceituais e trabalho em comum. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 17, n. spe. 1, p. 55-64, 2014 Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v17ispe1p55-64>. Acesso em: 8 de outubro de 2020.
ELIAS, M. A.; NAVARRO, V. L. A relação entre o trabalho, a saúde e as condições de vida: negatividade e positividade no trabalho das profissionais de enfermagem de um hospital escola. Revista Latino-americana de Enfermagem. v. 14, n. 4, p. 517-25, 2006. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rlae/a/pqMqTKMtvdrwPbdKd4kWC9b/abstract/?lang=pt>. Acesso em: 8 de outubro de 2020.
FARIA, R. F. Transformações no mundo do trabalho: reflexões, políticas e perspectivas para a saúde do Trabalhador Público Federal. 2017. 205 p.
GONDIM, G. Do Conceito de Risco ao da Precaução: entre determinismos e incertezas. In: O território e o processo saúde-doença. Educação Profissional e Docência em Saúde. A formação e o trabalho do Agente Comunitário de Saúde. Fiocruz, Cap. 3, 2008.
GUÉRIN, F.; LAVILLE, A.; DANIELLOU, F.; DURAFFOURG, J.; KERGUELEN, A. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: Blucher, 2010. 200p.
HIPOLITO, R. L.; MAURO, M. Y. C.; MAURICIO, V. C.; GOMES, S. R.; SILVA, L. A.; BARBOSA, E. C. V. Riscos ocupacionais e suas interfaces com a saúde da equipe de enfermagem intensivista no Município de Campos dos Goytacazes. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, v. 3, n. 2, p. 1947-1958, 2011. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=505750888013>. Acesso em: 8 de outubro de 2020.
MACÊDO, K. B.; LIMA, J. G.; FLEURY, A. R. D.; CARNEIRO, C. M. S. Organização do trabalho e adoecimento: uma visão interdisciplinar. Goiânia - GO. 2016 Disponível em: <https://site.medicina.ufmg.br/osat/wpcontent/uploads/sites/ 72/2017/06/ Livro-organiza%C3%A7%C3%A3o-do-trabalho-e-adoecimento-mpt21-06-2017.pdf>. Acesso em: 18 de junho de 2020.
MARTINS, J.T.; ROBAZZI M. L. C.; MARZIALE, M. H. P.; GARANHANI, M. L.; HADDAD, M. C. L. Significados do gerenciamento de unidade de terapia intensiva para o enfermeiro. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 30, n. 1, p. 113-119, 2009. Disponível em: <https://www.seer.ufrgs.br/index.php/rgenf/article/view/8883/5125>. Acesso em: 18 de junho de 2020.
MEDEIROS, C. R. G.; JUNQUEIRA. A. G. W.; SCHWINGEL, G.; CARRENO, I.; JUNGLES, L. A. P.; SALDANHA, O. M. F. L. A rotatividade de enfermeiros e médicos: um impasse na implementação da Estratégia de Saúde da Família. Ciência Saúde Coletiva, v. 15, Suppl. 1, p. 1521-1531, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/K7krGK8mMKNmQxTnjnnnXkH/?lang=pt>. Acesso em: Acesso em: 18 de junho de 2020.
MENDES, D. P.; ECHTERNACHT, E. H. Donos do poder? Os limites e conflitos da atividade pericial frente ao estabelecimento de nexo no atual contexto da previdência social brasileira. Revista Gestão Industrial, v. 2, n. 4, p. 87-98, 2006. Disponível em: <https://doi.org/10.3895/S1808-04482006000400008>. Acesso em: 20 de outubro de 2020.
MENDES, D. P.; OLIVEIRA, M. M.; MATOS, V. G.; MAZONI, M. B.; MORAES, G. F. S. Do prescrito ao real: a gestão individual e coletiva dos trabalhadores de enfermagem frente ao risco de acidente de trabalho. Gestão & Produção, v. 19, n. 4, p. 885-892, 2011. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-530X2012000400016 >. Acesso em: 25 de maio de 2020.
MENDES, D. P.; MORAES, G. F. S.; MENDES, J. C. L. Análise da Gestão de Risco no trabalho de enfermagem em uma Instituição Psiquiátrica. Trabalho & Educação, v. 20, n. 1, p.73-84, 2011. Disponível em: <https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/8698/6205>. Acesso em: 17 de maio de 2020.
MENDES, D. P.; CUNHA, D. M. La opacidad del trabajo de enfermería y las configuraciones del riesgo. Salud colectiva, v. 14, p. 725-742, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.18294/sc.2018.1349>. Acesso em: 23 de setembro de 2020.
MONTEIRO, J. K.; OLIVEIRA, A. L. L.; RIBEIRO, C. S.; GRISA, G. H.; AGOSTINI, N. Adoecimento Psíquico de Trabalhadores de Unidades de Terapia Intensiva. Psicologia, Ciência e Profissão, v. 33, n. 2, p. 366-379. 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/pcp/a/HCssm4VmvHb4Svwxmg69fVs/abstract/?lang=pt>. Acesso em: 16 de abril de 2020.
NASCIMENTO, E. R. P.; TRENTINI, M. O cuidado de enfermagem na unidade de terapia intensiva (UTI): teoria humanística de Paterson e Zderad. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 12, n. 2, p. 250-257, 2004. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S0104-11692004000200015>. Acesso em: 10 de maio de 2020.
NOMURA, F. H.; GAIDZINSKI, R. R. Rotatividade da equipe de enfermagem: estudo em hospital-escola. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 13, n. 5, p. 648-653, 2005. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-11692005000500007>. Acesso em: 10 de maio de 2020.
RIBEIRO, S. C. L.; NASCIMENTO, E. R. P.; LAZZARI, D. D.; JUNG, W.; BOES, A. A.; BERTONCELLO, K. C. Conhecimento de enfermeiros sobre delirium no paciente crítico: discurso do sujeito coletivo. Texto Contexto Enfermagem, v. 24, n. 2, p. 513-520, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0104-07072015001702014>. Acesso em: 10 de maio de 2020.
RODRIGUES, P. L. C.; MENDES, D, P. (Im)possibilidades de regulação no trabalho em profissionais do Centro de Material Esterilizado (CME). Trabalho & Educação, v. 28, n. 2, p. 215-230, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.35699/2238-037X.2019.12299>. Acesso em: 13 de fevereiro de 2020.
RUZZA, R. D.; LACOMBLEZ, M.; SANTOS, M.; Ergologia, Trabalho, Desenvolvimentos. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2018. 206 p. (Série: Trabalho e Sociedade).
SANCHES, P. G.; CARVALHO, BARROS, M. A.; SILVA, G. F. Refletindo sobre o cuidado de enfermagem em unidade de terapia intensiva. REME - Revista Mineira de Enfermagem, v. 11, n. 1, p. 94-98, 2007. Disponível em: <http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1415-276220070001&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 de março de 2020.
SANTOS, J. M., OLIVEIRA, E. B., MOREIRA, A. C. Estresse, fator de risco para a saúde do enfermeiro em centro de terapia intensiva. Revista de Enfermagem da UERJ, v. 14, n. 4, p. 580-585, 2006.
SCHWARTZ, Y. (Org.). Reconnaissances du travail: pour une approche ergologique. Paris: PUF. 1987.
SCHWARTZ, Y. A comunidade científica ampliada e o regime de produção de saberes. Trabalho & Educação, v. 7, n. 7, p. 38-46, 2000. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/9202. Acesso em: 7 de outubro 2020.
SCHWARTZ, Y. Trabalho e saber. Trabalho & Educação, v. 12, n. 1, p. 21- 49, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/8971. Acesso em: 7 nov. 2020.
SCHWARTZ, Y.; DURRIVE, L. Trabalho e ergologia: conversas sobre a atividade humana. Rio de Janeiro: EDUFF, 2010.
SCHWARTZ, Y. Motivações do conceito de corpo-si: corpo-si, atividade, experiência. Letras de Hoje, v. 49, n. 3, p. 259-274, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.15448/1984-7726.2014.3.19102>. Acesso em: 7 de outubro 2020.
STUMM, E. M. F.; MAÇALAI, R. T.; KIRCHNER, R. M. Dificuldades enfrentadas por enfermeiros em um centro cirúrgico. Texto & Contexto–Enfermagem, v. 15, n. 3, p. 464-471, 2006. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-07072006000300011 >. Acesso em: 20 de maio de 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Sustinere

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista Sustinere pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Revista SUSTINERE.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição da autoria original obrigatória, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 4.0 adotado pela revista.

A Revista Sustinere está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.