A pesca artesanal e os agravos à saúde do pescador no município de Curuçá, estado do Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2021.49276Palavras-chave:
Desenvolvimento humano, pesca artesanal, saúde do trabalho, doenças ocupacionais.Resumo
No Brasil, os pescadores artesanais chegam a quase um milhão de pessoas registradas e exercem suas atividades laborais expostos a graves riscos ocupacionais e sem proteção à saúde. Neste artigo, objetivou-se analisar as condições do trabalho e sua relação com a saúde dos pescadores artesanais no município de Curuçá, no estado do Pará. O método para de análise se baseou em questionários dirigidos com perguntas acerca dos dados socioeconômicos dos entrevistados, condição de vida e trabalho, e determinantes associados à vida pessoal, como idade e sexo, além de observações in loco. Como resultados, os pescadores são, na maior parte (68%), de idade mais avançada, com mais de 41 anos, 93% deles não concluíram o ensino fundamental ou não possuem escolaridade. Principal causa disto é a iniciação na pesca artesanal desde muito cedo, 39% alegaram pescar há mais de 31 anos. Concluiu-se que tantos anos de atividade e várias horas de trabalho diárias expõem os pescadores a diversos problemas de saúde (como dores nas costas, problemas de pele, lesões musculares, pressão alta e estresse) e, acidentes de trabalho (ferradas de animais e quedas). São necessárias ações governamentais na área de saúde que apoiem de forma profilática o trabalhador da pesca.Referências
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