TECENDO BRINCADEIRAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS NA ESCOLA: UMA PROPOSTA PRETAGÓGICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 10.639/2003

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/riae.2024.74041

Palavras-chave:

Brincadeiras, Lei 10.639/03, Escola, Pretagogia.

Resumo

A proposta interventiva é resultado de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-graduação em Educação, na Universidade Federal do Ceará (UFC), na qual tivemos como objetivo utilizar brincadeiras africanas e afro-brasileiras em aulas de recreação como instrumento facilitador para a implementação da Lei Nº 10.639/03, que reformulou a Lei de Diretrizes e Bases - LDB (9.394/96), com o advento das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira.  O lócus de investigação se constitui em uma turma do 4º ano do Ensino Fundamental I, na escola EEIEF 08 de Março. Essa instituição é vinculada à rede municipal de ensino da cidade do Crato, na região do Cariri, Sul do Ceará. Para tanto, realizamos intervenções pedagógicas propositivas e potencializadoras sob aporte da Pretagogia (AUTOR 2, 2015), referencial filosófico-teórico-metodológico inventivo, criativo e artístico, equipado de conhecimento e saber de matriz africana.

Biografia do Autor

Samuel Morais Silva, Universidade Federal do Ceará

Samuel Morais, nasceu em Crato. Homem negro em movimento, gay, antirracista. Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Ceará, onde pesquisa práticas pretagógicas umbandistas e suas implicações na educação escolar. Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará - UFC (2018). Pedagogo e Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Regional do Cariri - URCA (2012). Membro do Núcleo de Estudos em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais - NEGRER/URCA e do NACE - Núcleo das Africanidades Cearenses FACED/UFC. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Escola, Gestão escolar com ênfase na implementação da Lei 10.639/03, Formação de professoras(es) para educação das relações ético-raciais e Práticas pedagógicas antirracistas. Atuou como bolsista supervisor do PIBID/URCA, orientando o subprojeto pedagogia/alfabetização (2020-2022). Atualmente é professor efetivo da Rede Municipal do Crato

Sandra Haydée Petit, Universidade Federal do Ceará

De origem caribenha, é mãe de Kanyin (quem traz a bênção). Seus estudos universitários foram na Universidade Paris VIII de onde possui graduação em Línguas Estrangeiras Aplicadas bem como Mestrado e Doutorado (1995) em Ciências da Educação. Professora da Universidade Federal do Ceará há 24 anos, trabalha com educação das relações etnicorraciais (ERER) e Educação Popular, essencialmente com os temas: pretagogia, cosmovisão/cosmopercepção africana, filosofia africana, pedagogias afrorreferenciadas, tradição oral africana, sociopoética, educação afrocomunitária e eventos tabanka. É coordenadora do NACE- Núcleo das Africanidades Cearenses, que congrega professoras/es, alunas/os, pesquisadoras/es e membros do movimento negro que intervêm na área das africanidades, focando a produção e invenção de estratégias pedagógicas visando a implementação da lei 10.639/03 que institui a obrigatoriedade do ensino da cultura e história africana e afrodescendente nas escolas públicas e particulares. Foi membro do GT Regional Nordeste 1 de Inovação Pedagógica do MEC em 2015. Está engajada na Marcha Contra o Racismo/Comitê Ceará. As últimas pesquisas giram em torno das relações comunitárias fomentadas por valores ético-filosóficos da ancestralidade africana nas práticas das tradições orais, em especial, as múltiplas literaturas orais, as danças coletivas, as festas, folguedos e sociabilidades femininas, eventos tabanka. Tem estudado particularmente textos de Sobonfu Somé e Vanda Machado. Está aprimorando os conceitos operatórios da Pretagogia, mostrando o necessário entrelaçamento nas africanidades da educação com a espiritualidade (senso cosmocomunitário). Interessa-se também pela poética da Nova Música Preta e sua semiótica. Tem dois livros autorais publicados, o acadêmico Pretagogia: Pertencimento, Corpo-Dança Afroancestral e Tradição Oral Africana na Formação de Professoras e Professores e o infanto-juvenil A extraordinária história do semeador de baobás. E ainda: gosta de dançar, cozinhar, correr, escrever e contar histórias, viajar, contemplar a lua e o sol, tomar banho de água doce (Oxum), conversar com Yemanjá, andar no mato, experenciar o amor.

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Publicado

17-03-2024

Como Citar

SILVA, Samuel Morais; PETIT, Sandra Haydée. TECENDO BRINCADEIRAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS NA ESCOLA: UMA PROPOSTA PRETAGÓGICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 10.639/2003. Revista Interinstitucional Artes de Educar, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 472–487, 2024. DOI: 10.12957/riae.2024.74041. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/74041. Acesso em: 29 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ - 20 ANOS DA LEI 10.639: CONVERSAS CURRICULARES ENTRE SABERES, PRÁTICAS E POLÍTICAS ANTIRRACISTAS