“O rio Doce é praticamente a mãe de Tumiritinga”

os sentidos em jogo no vale do rio Doce e os limites do tratamento institucional do “Caso Samarco”

Autores/as

Palabras clave:

Samarco Disaster, Conflict Management, Mid Doce River

Resumen

https://doi.org/10.1590/2179-8966/2025/86363

Após três anos de discussões, a repactuação dos acordos firmados no “Caso Samarco” para a reparação da bacia do rio Doce foi assinada em outubro de 2024. Mas pouco se sabe sobre o que pensam as coletividades atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, como vivem, em cada região afetada, o que elaboram das suas perdas locais e o que demandam em termos de reparação. O objetivo deste artigo é investigar os significados locais das perdas e das demandas por reparação na porção média do rio Doce. Para tanto, a pesquisa tem cunho qualitativo, valeu-se de entrevistas semiestruturadas e da observação participante em Tumiritinga e em Galileia, duas cidades ribeirinhas da região. A escuta atenta dos relatos e a experiência de acompanhar o quotidiano às margens do rio Doce permitiu entrever sentidos outros para o rio, para as perdas e para a reparação, muito distantes daqueles considerados institucionalmente. Algo que revela o conflito cosmológico em curso na bacia do rio Doce e acirra as dificuldades de tratamento do desastre-crime, mesmo após a repactuação, que desconsiderou os sentidos locais expressos pelos/as ribeirinhos/as.

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Biografía del autor/a

Luciana Tasse Ferreira, Universidade Federal de Juiz de Fora (campus Governdor Valadares)

Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais pelo Programa de Pós Graduação em Sociologia e Direito (PPGSD/UFF) da Universidade Federal Fluminense (2022). Mestrado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na linha de pesquisa Empresa e Atividades Econômicas (2016). Graduada em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Professora Adjunta do Departamento de Direito da UFJF campus Governador Valadares. Tem interesse em pesquisa empírica no Direito e temas relacionados à Economia, Sociedade, Mineração, Bem-viver e Agroecologia.

Publicado

2025-02-28

Cómo citar

Tasse Ferreira, L. (2025). “O rio Doce é praticamente a mãe de Tumiritinga”: os sentidos em jogo no vale do rio Doce e os limites do tratamento institucional do “Caso Samarco”. Direito E Práxis, 16(3), 1–27. Recuperado a partir de https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/86363