Genocídio Econômico no Chile

Segunda Carta Aberta para Arnold Harberger e Milton Friedman

Resumo

http://doi.org/10.1590/2179-8966/2024/84155

Nesta carta, Gunder Frank analisa detalhadamente, no calor dos acontecimentos, as consequências imediatas das políticas implementadas pela Junta Militar chilena, que ascendeu ao poder após o golpe contra o governo de Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973. Sob os auspícios e a participação direta e decisiva da Escola de Chicago, por meio da atuação de figuras como Arnold Harberger e Milton Friedman, os destinatários da carta, e de seus discípulos, os “Chicago Boys”, Gunder Frank descreve essa experiência histórica fundante do neoliberalismo como um processo de genocídio econômico. Sob a defesa do “livre mercado”, tal processo teria articulado vastas privatizações, reprimarização econômica, forte concentração e centralização de capitais, sobretudo em mãos estrangeiras, destruição de estruturas e políticas sociais protetivas, acelerada distribuição de renda em favor do capital, superexploração do trabalho, tudo isso franqueado por grande violência contra a população trabalhadora e as forças políticas dissidentes, incluindo assassinatos, prisões e torturas em larga escala, entre tantas outras modalidade de terrorismo de Estado.

Palavras-chave: Ditadura Chilena; Neoliberalismo; Genocídio Econômico.