Cabelo e Subjetividade da Mulher Negra Privada de Liberdade
DOI:
https://doi.org/10.12957/epp.2024.83855Palavras-chave:
subjetividade, racismo, cabelo, pesquisa qualitativaResumo
Esta pesquisa objetivou analisar como a negação da beleza negra, no contexto das relações raciais, é parte estruturante do racismo que desumaniza suas vítimas. Além disso, busca-se compreender o cabelo afro, símbolo da negritude, enquanto potência da população negra. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como procedimentos metodológicos: a observação participante, conversas no cotidiano, entrevistas semiestruturadas e intervenção psicossocial com mulheres negras em contexto de privação de liberdade. A análise dos dados produzidos foi realizada à luz da produção teórica metodológica foucaultiana e de intelectuais negras. Os resultados evidenciam que o discurso racista é naturalizado e perpetuado em nosso cotidiano. Nesse sentido, o racismo não é uma particularidade do sistema prisional brasileiro, porém este intensifica e perpetua as experiências históricas de exclusão social e política a partir dos marcadores sociais de gênero, raça e classe, que tendem a confinar mulheres negras ao patamar inferior do sistema de dominação/exploração. No entanto, intervenções em grupo demonstram ter potencial para exercer mudanças na subjetividade de mulheres negras e na transformação da sociedade. Esse trabalho justifica-se, pois, pelo fato de, historicamente, o corpo negro ser o alvo principal de processo de construção social racista em vários países e, em especial, no Brasil.
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