Quando a Psicologia Encontra a Fome: Cartografias Insurgentes no Sistema Prisional
DOI:
https://doi.org/10.12957/epp.2024.83578Palavras-chave:
psicologia, sistema prisional, fomeResumo
No presente artigo, são apresentados três encontros com a fome durante atividades de pesquisa e extensão realizadas por profissionais e estudantes de Psicologia vinculados à Universidade Federal do Rio de Janeiro e à Universidade do Estado do Rio de Janeiro no âmbito do Serviço de Atendimento à Pessoa Custodiada. No primeiro momento, são apresentadas discussões sobre "encontros com a fome", apresentando no texto os atendimentos realizados pela equipe com pessoas que ingressam no Sistema Penitenciário em situação de insegurança alimentar, por vezes, sem ingerir alimentos há dias. O "segundo encontro" é com as prisões em função de furtos por necessidade (principalmente furtos de alimentos). Por fim, o terceiro encontro nos leva à discussão sobre a perpetuação da fome entre pessoas que estão custodiadas pelo Estado, em um fenômeno que vem sendo conhecido por "pena de fome". O esforço analítico é orientado metodologicamente pela cartografia, conforme as proposições de Deleuze e Guattari (1980) e a vinculação ao campo é concretizada pelo acordo de cooperação entre universidades públicas e atores vinculados ao Sistema de Justiça. A análise das articulações entre fome e sistema prisional ajudam a atingir o objetivo de reconhecer movimentações do colonialismo e racismo no Brasil nos últimos séculos, localizando a prisão enquanto operadora moderna dos mecanismos de dominação e violação de direitos da população negra e pobre no país, bem como alguns embaraços endereçados aos profissionais que ocupam esta política pública diante de um contexto de total desarranjo das possibilidades tradicionais de atuação.
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