Discurso do Analista e Democracia em Risco: Por Que o Psicanalista Não Pode Ser Bolsonarista?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2023.80460

Palavras-chave:

psicanálise, política, pós-verdade

Resumo

O objetivo deste trabalho é responder por que um psicanalista não pode ser bolsonarista. Para isso, partimos da articulação entre a noção de pós-verdade e verdade sob uma perspectiva psicanalítica. Por meio de uma revisão teórica, discorremos sobre tais perspectivas tendo como cenário o contexto brasileiro das últimas eleições presidenciais e da gestão da pandemia de COVID-19. Articulamos pós-verdade e verdade a uma terceira noção, a autoverdade, a partir da discussão sobre a importância que assume o discurso do psicanalista quando este se posiciona diante dos outros discursos propostos por Lacan, sobretudo em um contexto de risco à democracia. Concluímos que a partir da dimensão clínica, eixo central de sua prática, o psicanalista não pode ser bolsonarista porque, ao ocupar o lugar de a, não estabelece com o outro uma relação de manutenção de um gozo destrutivo, gozo que não leva em conta a responsabilidade subjetiva cujas incidências mais prementes se dão sobre a vivência da alteridade.

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Publicado

11-12-2023

Como Citar

Silva, A., & Ferreira, L. (2023). Discurso do Analista e Democracia em Risco: Por Que o Psicanalista Não Pode Ser Bolsonarista?. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 23(4), 1597–1617. https://doi.org/10.12957/epp.2023.80460

Edição

Seção

Dossiê Psicanálise e Política: a insistência do real