Os Discursos de Ódio na Contemporaneidade: Da Face Subjetiva à Face Política

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2023.80416

Palavras-chave:

discursos de ódio, intolerância, psicanálise, identificação, narcisismo

Resumo

O presente artigo propõe apresentar algumas contribuições da psicanálise para entender os aspectos subjetivos e políticos presentes no ódio. No atual contexto sociopolítico brasileiro este afeto tem figurado enquanto discurso predominante e espaços como as redes sociais digitais têm se tornado cada vez mais um campo fértil para a sua propagação e legitimação, sendo por vezes sustentado e fomentado pelo aparato institucional público. Esta pesquisa teve como ponto de partida a releitura e reflexão crítica dos textos freudianos, como os que trazem os conceitos de identificação e narcisismo, centrais para entender o que mobiliza e potencializa a incidência deste afeto bem como seus efeitos na contemporaneidade. Neste percurso foi constatado que o ódio comparece sempre na relação com o outro a partir da intolerância a alguma diferença que representa uma ameaça às ilusões narcísicas do sujeito. Embora seja considerado um afeto constitutivo do ser humano, é também um fenômeno cultural, social e político, podendo tornar-se potencialmente destrutivo para a humanidade quando o objetivo se torna segregar pessoas e grupos a fim de se eliminar as diferenças.

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Publicado

11-12-2023

Como Citar

Sousa, A., & Roure, S. (2023). Os Discursos de Ódio na Contemporaneidade: Da Face Subjetiva à Face Política. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 23(4), 1542–1559. https://doi.org/10.12957/epp.2023.80416

Edição

Seção

Dossiê Psicanálise e Política: a insistência do real