Do Discurso Capitalista Neoliberal ao Sujeito como Inapropriável

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2023.80413

Palavras-chave:

neoliberalismo, supereu, inconsciente, psicanálise, sujeito

Resumo

Por meio da formalização lacaniana da teoria dos discursos e do discurso do capitalista, objetivamos localizar os modos de operação presentes na racionalidade neoliberal. Partimos da introdução de uma nova modalidade de laço social, que parece travar as possibilidades de funcionamento do quarto de giro e opera sob o psiquismo aos moldes de uma produção ilimitada, reduzindo o desejo à dimensão da demanda. Esse movimento realiza uma manobra de captura da subjetividade por meio do supereu e passa a se orientar por horizontes forjados pelo neoliberalismo. A empreitada do discurso do capitalista se assemelha a um "crime perfeito", a qual tem como meta o apagamento de qualquer rastro que sirva como uma orientação desejante. Apostamos na inscrição do desejo por meio do ato de escuta como estratégia de localização de representações possíveis. Assim evita-se a consumação de um crime perfeito e trata-se de uma operação com um resto inassimilável pela economia de mercado. É na medida em que esse resto pode ser acolhido por meio de uma escuta que se inscreve a possibilidade de produção não apenas de uma coordenada pautada no desejo bem como de uma estratégia política frente ao ilimitado dos mercados contemporâneos.

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Publicado

11-12-2023

Como Citar

Medeiros, A., Gomes, M. C., Sousa, T., & Calazans, R. (2023). Do Discurso Capitalista Neoliberal ao Sujeito como Inapropriável. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 23(4), 1522–1541. https://doi.org/10.12957/epp.2023.80413

Edição

Seção

Dossiê Psicanálise e Política: a insistência do real