A Câmera Cisgênera: Enquadramentos e Rupturas do Olhar no Documentário Brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2024.67284

Palavras-chave:

cinema, dispositivo, estudos de gênero, imagem, teoria crítica.

Resumo

O mandato do presidente Jair Bolsonaro – de extrema direita e reacionário – iniciava em 2019, quando o audiovisual brasileiro tinha alta circulação de documentários sobre diversidade de gênero e narrativas biográficas de pessoas trans. Diante dessa ambiguidade, interessa-me pensar o atravessamento da cisgeneridade nessas produções. Nesse trabalho, analiso três documentários brasileiros contemporâneos: Katia, o filme (2012), Lembro mais dos corvos (2018) e Bixa Travesty (2018), que foram produzidos após o ano de 2010. Trazem, cada um, uma mulher trans como protagonista e são dirigidos por pessoas cisgenero. Com referências da psicologia social crítica, objetivo apontar e pensar os atravessamentos da cisgeneridade no documentário brasileiro, considerando o CIStema capitalista neoliberal que enfrentamos e as possibilidades de emancipação através da cultura, como a política pública Fundo Setorial do Audiovisual. A metodologia articula análise fílmica, análise imanente do discurso e constelação. Resultados preliminares confirmaram atravessamentos da cisgeneridade nos três filmes, atrelados a indicativos de subversão ao modo clássico de produzir imagens. A continuidade dessa pesquisa deverá somar-se aos esforços acadêmicos e civis na desnaturalização da cisgeneridade e na problematização da cisheteronorma.

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Publicado

12-01-2024

Como Citar

Azevedo Soares, A. R. (2024). A Câmera Cisgênera: Enquadramentos e Rupturas do Olhar no Documentário Brasileiro. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 24. https://doi.org/10.12957/epp.2024.67284

Edição

Seção

Psicologia Social