O “neoconstitucionalismo” e a erosão da juridicidade: sobre o problema da indistinção entre principles e policies

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/rqi.2023.65407

Palavras-chave:

Neoconstitucionalismo. Princípios jurídicos. Objetivos políticos. Policies.

Resumo

O presente artigo se propõe a mostrar que as mais relevantes objeções da doutrina brasileira ao chamado “neoconstitucionalismo" são insuficientes, pois deixam de considerar o problema da indistinção entre princípios autenticamente jurídicos (principles) e objetivos políticos (policies), que é, afinal, a principal causa tanto da sobreposição das determinações normativas contidas nas regras por objetivos políticos quanto da preterição dos autênticos princípios jurídicos por intenções políticas que deveriam subordinar-se ao direito. Para cumprir este objetivo, realiza-se uma revisão bibliográfica das mais relevantes reações doutrinárias ao neoconstitucionalismo, devidas a Marcelo Neves e Humberto Ávila, mostrando que é necessário um esforço de recuperação do autêntico sentido jurídico dos principia iuris, para uma sua diferenciação das intenções e dos objetivos políticos proclamados, com forma jurídica, pela Constituição. Conclui-se que esta diferenciação é indispensável para que o Judiciário deixe de substituir-se às instâncias políticas, determinando, em seu lugar, o modo apropriado de realizar objetivos políticos e sociais.

Biografia do Autor

Fábio Cardoso Machado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Doutor em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra (Portugal). Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Professor Adjunto da Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Membro e 2º Vice-Presidente do Instituto Eduardo Correia. Membro da Associação Brasileira de Direito Processual (ABDPro). Sócio de Andrade Maia Advogados.

Downloads

Publicado

2023-12-12

Como Citar

Machado, F. C. (2023). O “neoconstitucionalismo” e a erosão da juridicidade: sobre o problema da indistinção entre principles e policies. REVISTA QUAESTIO IURIS, 16(2), 658–682. https://doi.org/10.12957/rqi.2023.65407