A ATUAÇÃO DO MOVIMENTO ESCOLA SEM PARTIDO EM QUATRO ESCOLAS MUNICIPAIS DE CAMPINAS-SP
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2021.60259Palavras-chave:
Escola Sem Partido, Gestão escolar, Pânico moral, Currículos de gênero.Resumo
Na década de 2010, o discurso “ideologia de gênero” promoveu uma situação mundial de pânico moral, representado no Brasil pelas cruzadas antigênero do Movimento Escola Sem Partido. Nosso objetivo é discutir a materialidade desse currículo de gênero em escolas municipais de Campinas-SP a partir dos resultados encontrados em nossa dissertação de mestrado. A pesquisa parte da abordagem do ciclo de políticas, com especial ênfase para o contexto da prática, aliada a um referencial teórico feminista pós-estruturalista, permitindo articular a categoria gênero com o conceito de atuação sobre uma sexopolítica que age na intenção de reagrupar o dispositivo de sexualidade ao dispositivo pedagógico. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito gestoras/es de quatro escolas participantes. Nossos resultados evidenciam que as situações de pânico moral performadas, sobretudo, por mães e evangélicas/os, têm sido pouco efetivas nas escolas pesquisadas em decorrência das técnicas de acolhimento encontradas na atuação da gestão, assegurando a separação entre dispositivo pedagógico e dispositivo de sexualidade. Também reconhecemos que a cultura docente do município em torno de uma educação inclusiva de gênero encoraja a produção desses currículos de gênero. No entanto, as escolas e suas/seus atrizes/atores continuam sujeitos a limitações sobre sua autonomia curricular e são impactados subjetivamente pelas cruzadas antigênero, o que exige persistência e continuidade em suas atuações para resistir à governamentalização de seus currículos.
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