CONTRACOLONIZAR:
criação errante e filosoficamente menina no perguntar(-se). Inspirações no pensamento quilombola de Nego Bispo
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2025.88629Palavras-chave:
Contracolonizar;, Filosofia menina da pergunta;, Nego Bispo;, Criação errante;, Pensamento quilombola.Resumo
Neste texto partimos da análise de uma entrevista realizada em novembro de 2021 com o proeminente intelectual quilombola Nego Bispo. Nesse valioso depoimento, Nego Bispo oferece uma crítica incisiva à educação institucionalizada hegemônica, destacando suas limitações e exclusões. Através de uma emocionante narrativa autobiográfica, convida-nos a imaginar e construir um mundo onde os espaços e relações pedagógicas possam ser vividos de forma mais livre, criativa e ligada às realidades comunitárias, valorizando tanto a cosmopercepção dos povos afroconfluentes e originários de Abya Yala quanto sua importante contribuição para dialogarmos sobre outras significações para a educação. Assim, inspirados nas reflexões de Nego Bispo e em sua pedagogia contracolonizadora, propomos os princípios do que chamamos de “criação errante” e de “filosofia menina da pergunta”. Esta proposta desafia as formas tradicionais de ensino, promovendo a aprendizagem por meio do constante questionamento e reconhecimento do saber coletivo, pois procura abrir caminhos para novas formas de convivência e aprendizagem. Como Nego Bispo nos ensina, o pensamento colonial e suas palavras nos dominam. Assim, é preciso criar, além de um novo vocabulário, uma nova gramática para os nossos imaginários e, junto deles, outras vidas educadoras. É nesse contexto que apresentamos uma criação errante e filosoficamente menina no perguntar(-se) à busca de novos sentidos em Abya Yala.
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