A AMBIÊNCIA PEDAGÓGICA E A CRÍTICA AO BINARISMO DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2025.87062Palavras-chave:
Ambiência Pedagógica, Relações Sociais na Escola, Gênero e Sexualidade, Diversidade Sexual, Espaço EscolarResumo
O presente artigo tem como proposta analisar a ambiência pedagógica na educação básica e verificar como esta reforça os padrões de gênero e consolidação do binarismo nas relações sociais desde a infância em suas vivências no espaço-tempo escolar. A metodologia usada para a construção desse estudo se baseia em ensaio teórico a partir da revisão da literatura existente associada à experiência empírica dos pesquisadores que subscrevem esse artigo no âmbito das redes públicas de ensino. O tema em tela se justifica tendo em vista que, ao se organizar a ambiência pedagógica reforçando as relações binárias de gênero sob a perspectiva cisheteronormativa, se invisibiliza a existência dos demais sujeitos que não se sentem representados por essa organização, gerando impactos que podem variar desde a manutenção de conflitos como os relacionados à violência de motivação lgbtfóbica até a interferência no rendimento ou mesmo motivando a evasão desses sujeitos. Desse modo, espera-se com esse artigo dar visibilidade a esses sujeitos ocultos na organização do espaço escolar, trazer propostas de ambiência pedagógica sob uma perspectiva inclusiva e promover a reflexão acerca da diversidade e seu enfoque no espaço escolar.
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