A AMBIÊNCIA PEDAGÓGICA E A CRÍTICA AO BINARISMO DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/periferia.2025.87062

Palavras-chave:

Ambiência Pedagógica, Relações Sociais na Escola, Gênero e Sexualidade, Diversidade Sexual, Espaço Escolar

Resumo

O presente artigo tem como proposta analisar a ambiência pedagógica na educação básica e verificar como esta reforça os padrões de gênero e consolidação do binarismo nas relações sociais desde a infância em suas vivências no espaço-tempo escolar. A metodologia usada para a construção desse estudo se baseia em ensaio teórico a partir da revisão da literatura existente associada à experiência empírica dos pesquisadores que subscrevem esse artigo no âmbito das redes públicas de ensino. O tema em tela se justifica tendo em vista que, ao se organizar a ambiência pedagógica reforçando as relações binárias de gênero sob a perspectiva cisheteronormativa, se invisibiliza a existência dos demais sujeitos que não se sentem representados por essa organização, gerando impactos que podem variar desde a manutenção de conflitos como os relacionados à violência de motivação lgbtfóbica até a interferência no rendimento ou mesmo motivando a evasão desses sujeitos. Desse modo, espera-se com esse artigo dar visibilidade a esses sujeitos ocultos na organização do espaço escolar, trazer propostas de ambiência pedagógica sob uma perspectiva inclusiva e promover a reflexão acerca da diversidade e seu enfoque no espaço escolar.

Biografia do Autor

Nilcelio de Sousa, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Doutor em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor Adjunto da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Líder do grupo de pesquisa Atravessamentos – Estudos e pesquisas sobre os cotidianos da formação e diferenças (UFT/Capes).

Rafael Chaves, SMR/RJ; SEEDUC/RJ; ENCE/IBGE.

Doutor em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE e Geógrafo pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2007). No momento realiza Estágio Pós-Doutoral na Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE na área de População, Território e Estatísticas Públicas. É pesquisador do grupo de pesquisa Gênero, Sexualidades, Reprodução e suas Interseccionalidades – GENERIS.

Tiago Dionisio da Silva, PPGEO/UERJ e SEEDUC/RJ

 Doutorando em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mestre em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Licenciado e bacharel em Geografia pela Universidade Fluminense (UFF). Professor de Geografia da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC/RJ). Integrante do grupo de pesquisa Geocorpo/UERJ.

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Publicado

24.04.2025

Como Citar

Sacramento de Sousa, N., Chaves Vasconcelos Barreto, R., & da Silva, T. D. (2025). A AMBIÊNCIA PEDAGÓGICA E A CRÍTICA AO BINARISMO DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO BÁSICA. Periferia, 17(1), e87062. https://doi.org/10.12957/periferia.2025.87062

Edição

Seção

Dossiê