ESTÓRIAS QUE FAZEM MUNDOS E MUNDOS QUE FAZEM ESTÓRIAS:
exercícios poéticos em educações ambientais com estudantes da EJA
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2025.86996Palavras-chave:
Educação Ambiental; , O Menino e o mundo; , Fabulação especulativa; , Cinema; , Bolsa de ficção.Resumo
Que invenções de mundo emergem em uma turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) quando uma oficina com o cinema e as educações ambientais chama para uma conversa? Que movimentos especulativos são possíveis em experimentações pedagógicas disparadas por um filme de animação sem diálogos nem narração? Este texto traz questões acerca de uma pesquisa que entrelaçou educações ambientais e o filme brasileiro O menino e o mundo (2013). No filme, acompanhamos um menino que se lança no mundo proliferando deslocamentos sensíveis na medida em que se depara com multiplicidades de formas de ser e viver. A exibição do filme na escola foi acompanhada pelo convite para uma conversa a partir da pergunta: “Que movimentos você faz pelo mundo?”. Abrem-se, então, exercícios com a escrita que primeiro se debruçam sobre as reverberações do filme e depois se lançam à invenção de estórias a partir de imagens capturadas da película. Escrevemos sobre esta experiência na busca por escutar que estórias fazem mundos e que mundos fazem estórias, parafraseando Haraway. Ao se identificarem com o menino, tecendo conjecturas e explicações sobre como o ele age e vive, os estudantes entreabrem mundos (seus e do menino) que se encontram e se reinventam na sala de aula.
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