(RE)IMAGINAR UMA EDUCAÇÃO A PARTIR DAS MARGENS
sentidos da escola no tempo presente a partir das vozes dos estudantes do Ensino Médio
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2024.86304Palavras-chave:
(re)imaginação, educação, vozes da escola, sujeitosResumo
O tempo presente é/está sendo marcado por muitas possibilidades estéticas, políticas, educacionais, culturais, linguísticas etc. As nossas experiências e existências estão perpassadas pela ideia de pluralidade. Diante desse cenário, retomamos a questão proposta por Gayatri Spivak (2010), pode o subalterno falar? A reflexão central proposta pela autora nos leva a pensar nos processos de (re)imaginação da educação no âmbito do cultural assumindo a importância da centralidade das vozes presentes nas pesquisas em âmbito educacional. Objetivamos, com o presente artigo, problematizar os sentidos da escola a partir das vozes dos estudantes do Ensino Médio de uma escola pública do estado do Rio de Janeiro. Questionamos: Quais são os processos educacionais que excluem/incluem seus sujeitos? Quais são as dimensões da vida cotidiana invisibilizadas e silenciadas? Quais narrativas educacionais estamos construindo para adiar o fim do mundo? Metodologicamente, operamos a partir dos inventários do saber, construindo as narrativas que indicam as múltiplas vozes dos estudantes do Ensino Médio para problematizar os sentidos da escola no tempo presente, além de análises indutivas baseados no bottom-up e na tematização dos dados. Como resultados, compreendemos que as juventudes estão em constantes deslocamentos produzindo rasuras nas múltiplas temporalidades presentes no aqui e agora.
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